Para relembrar os 47 anos do golpe de Estado que instaurou o regime ditatorial militar no Brasil, a TV Brasil exibirá um documentário de 78 minutos sobre o episódio na próxima semana. O filme O Dia Que Durou 21 Anos, produzido em parceria com a produtora Pequi Filmes, será transmitido em três partes, nos dias 4, 5 e 6 de abril, sempre às 22h.
O documentário mostra os bastidores da participação dos Estados Unidos no golpe militar de 1964, por meio de documentos que durante 46 anos foram considerados sigilosos e que, pela primeira vez, serão exibidos na televisão.
Entre os depoimentos exibidos no documentário está o de Robert Bentley, assistente do então embaixador americano no Brasil, Lincoln Gordon. Também são mostrados trechos de conversas de Gordon com o ex-presidente dos Estados Unidos Lyndon Johnson e o ex-secretário de Defesa Robert McNamara.
Segundo a TV Brasil, o filme mostra, inclusive, que os Estados Unidos estavam preparados para intervir militarmente caso fosse necessário garantir o sucesso do golpe. Ao apoiar os militares, o objetivo do governo norte-americano era tirar o então presidente brasileiro João Goulart, por temer que o Brasil se alinhasse ao comunismo e influenciasse outros países da América Latina.
No dia 31 de março de 1964, forças militares promoveram um golpe de Estado e tiraram do poder o presidente civil João Goulart. Duas semanas depois do golpe, o primeiro dos presidentes militares, o marechal Humberto de Alencar Castello Branco, assumiu o poder.
Foi o início de um período de ditadura de 21 anos, em que se sucederam quatro presidentes militares efetivos, além de um governo provisório em que, durante 60 dias em 1969, o Brasil foi governado por uma junta militar com três componentes, um de cada Força Armada. O regime militar se encerrou em 1985, com o término do governo de João Baptista Figueiredo e o início do governo civil de José Sarney.
O Dia Que Durou 21 Anos é narrado pelo jornalista Flávio Tavares, que participou da luta armada, foi preso, torturado e exilado político, e que explora, por meio do filme, suas lembranças da época. O documentário é dirigido por seu filho, Camilo Tavares.
(Vitor Abdala repórter da Agência Brasil / Edição: Graça Adjuto)
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