sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Campos perde sua ex-primeira dama: Cristina Mocaiber

Tristemente, acabamos de tomar conhecimento do falecimento da ex-primeira dama de Campos - RJ, D. Cristina Mocaiber. De espírito altamente conciliador e de prestimosidade infinda, Cristina sempre se destacou por ser uma pessoa discreta e amiga. Amigo de seus irmão e primos, por termos morado na mesma Rua da Jaca, a felicidade se renovou quando há anos constatei que os meus filhos e os do casal dr. Alexandre e Cristina, além de amigos, convivem como irmãos. Neste momento de dor, que a paz que a Cristina sempre pregou seja motivo de fortalecimento. 
A toda a família e amigos, os nossos mais sinceros sentimentos. 

*Cumpre-me informar que o local correto do sepultamento será o Cemitério do Caju, às 

17h30, onde o corpo está sendo velado na Capela da Santa Casa, em frente ao próprio 

cemitério.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Enquanto aguardo a ressurreição...


É claro que ao longo da vida várias reportagens jornalísticas me emocionaram. Até porque já se vão bem mais que 50. Mas confesso não esperava que uma nota com tão poucas palavras pudesse me entristecer. Foi como ler o falecimento da minha própria esperança. Uma esperança edificada na consolidação das lutas por uma sociedade mais justa e igual. Uma esperança espelhada na convicção pura dos homens e mulheres que tratam e trataram a vida como o maior patrimônio do planeta. Uma esperança forjada nos ensinamentos de que o bom trato com este mesmo planeta seria a garantia da responsabilidade do respirar livre dos que hão de vir. É triste ler numa pequena nota que a sua própria esperança morreu. É como se o nosso corpo perdesse os sentidos e começasse a viver sem alma. Sem essência. Sem porquê.
Na segunda-feira tive um dia de atividades no Rio que abasteciam, como há anos, a mesma esperança. Resolvi sair de Campos no domingo mais cedo para passar algumas horas em Niterói com um amigo que, com a  companhia indesejável de uma leucemia, briga intensamente para se ver livre dela. E fala como um vencedor: "Estou fodendo com ela. Minhas taxas estão ótimas!" E vibra como um Napoleão vitorioso. Emocionante. Como em qualquer batalha, a disposição pela conquista não é fácil. Remédios fortes que mudam o metabolismo e te jogam para baixo, suplementos alimentares, caminhar cansado, porém insistente, para não definhar os músculos e perder o tônus, vitamina mista que mistura de tudo no lugar do tão querido uísque que sempre lhe acompanhou nas mesas de histórias, causos, lembranças, gargalhadas e muita vida. Dormimos por ali mesmo. Eu e um outro amigo que não o conhecia e se disse triste por não tê-lo conhecido antes. Mas tenho a certeza de que se encontrarão outras vezes. Muitas vezes.
Como ainda não sabemos ainda o porvir, conversamos até as duas da madrugada, eu e meu amigo com um bom escoti acompanhado de petiscos. Ele se contentava em tomar sorvete. Mas tínhamos de estar no Rio bem cedo. Às 7 nosso anfitrião já nos acordava com sua ressaca de sorvete e uma bela mesa posta.
O Rio, talvez por ter sido o primeiro dia — julgo — da mudança no trânsito, estava um caos. Estresse coletivo expressado na gritaria permanente das buzinas. Nas ruas, o grito de junho era materializado. Os trens ineficientes. Os ônibus sobrecarregados e nervosos. O metrô entupido e com galerias que pareciam invejar os micro-ondas. Ao passar por três hospitais, era possível perceber as aglomerações em busca de atendimento. Mas as ruas, estas transpareciam uma limpeza de saltar aos olhos — pelo menos na área central a lei parece estar funcionando.
A sensação de insegurança era despertada em mim e no meu amigo a cada barulho diferente. Uma descarga da moto que explodia nos causava espanto. Assim como o abaixar de uma porta de correr de aço sendo aberta. O que valeu do meu amigo um comentário: Em Campos absorveríamos apenas como a explosão de uma descarga de moto e uma porta de aço sendo aberta. Verdade. O medo da violência está latente pelo Rio. O mesmo Rio que aprendi a amar, que me deu filhos, experiência, amizades e muita poesia nos anos em que por lá vivi. A mesma saudade do interior de antigamente. Há anos o percebo vítima dos desgovernos que o querem apenas como instrumento de projetos pessoais. Das disputas só por disputar a sua alma. Eta políticos sem alma!!!
E a nota jornalística que me entristeceu? Sim, está assinada pelo Felipe Patury, na edição desta semana da revista Época:
Peladão na Paraíba: Gabeira posa com fãs em praia de nudismo
Fernando Gabeira e suas fãs, na praia de Tambaba, na Paraíba (Foto: Arquivo pessoal)
O ex-deputado e jornalista Fernando Gabeira causava furdunço na orla carioca nos anos 1980, quando desfilava pela Praia de Ipanema com tanguinhas de crochê. Hoje, aos 72 anos, Gabeira provoca furor na Paraíba. Há duas semanas, esteve em Tambaba, praia de nudismo perto de João Pessoa. Reconhecido pelas fãs, foi assediado. Todo pimpão, posou para fotografias. Gabeira gravava para seu programa na GloboNews. No ano passado, o ex-deputado abandonou a política.


E por que me entristeceu?
Não,não foi o fato de vê-lo com a fisionomia de 72 anos. Pois está feliz e sorridente. Com todo o vigor que os mesmos 72 anos lhe emprestam fazendo o que mais gosta: ser jornalista. O que, além de me entristecer, me maltrata, é o fato de ter não resposta para a minha pergunta:
Será que o cara que há mais de três décadas formou milhares de pensadores, antecipou, ainda lá, a dor que o planeta sente pelo descaso da ganância se sobrepondo à vida; despertou no Brasil o necessidade do senso de responsabilidade ambiental; deu aulas permanentes da boa moral e da responsabilidade social, sempre abraçado pelos fluminenses e cariocas quando empresta o seu nome para disputar pleitos defendendo a sigla que fundou, numa demonstração total de desapego; esperança de milhares e milhares destes mesmos fluminenses que se sentem perdidos neste ano eleitoral, onde os nomes colocados à prova já nos disseram claramente por que estão na vida pública...
O respeito me impede de perguntá-lo. Por isso me indago: O que faz Gabeira, como diz a nota, se achar no direito de "abandonar a política" num dos momentos mais críticos e importantes da história do Estado do Rio e do próprio Rio de Janeiro...?
A Gabeira, só posso dizer: Olhe pro Corcovado e veja o Cristo querendo te abraçar e te pedir para ajudá-lo a salvar o nosso Estado. 


quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Hoje tem PV na TV.

Hoje será exibido, em rede nacional de rádio e TV, o programa do Partido Verde. Uma boa oportunidade de se reencontrar com as idéias que há mais de duas décadas são defendidas na certeza de uma melhor direção para a vida de todos os brasileiros.


quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Joaquim Barbosa mostra disposição para ser candidato em 2014

Barbosa chega ao camarote do Renascença, no Andaraí
Barbosa chega ao camarote do Renascença, no Andaraí
Não foi à toa que, às vésperas de 2014, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC)
disparou um petardo contra as evidentes pretensões do presidente da Suprema Corte de
Justiça do país, Joaquim Barbosa, concorrer à Presidência da República no ano que vem.
Apesar da dor nas costas, Barbosa foi ao samba no Andaraí, sob o forte calor que, nesta
segunda-feira, atingiu marcas históricas na Cidade do Rio de Janeiro. Para FHC, falta
“traquejo político” ao magistrado, que chega à raia das eleições com fama de xerife
contra a corrupção, conceituando-se à direita como adversário da presidenta Dilma Rousseff,
mas considerado à esquerda como apenas um homem mau, capaz de mandar o ex-deputado
José Genoino, um homem digno e doente, à cela do Presídio da Papuda, em Brasília.
Camisa polo e tênis, Barbosa atendeu às tietes, fez fotos, distribuiu sorrisos, comeu aipim com carne seca, bebeu cerveja, foi simpático com os jornalistas e arriscou cantarolar “Quem te viu, quem te vê“, de Chico Buarque de Hollanda, que não estava lá para assistir a isso. Não faltaram as palmas de costume, mas os apupos estavam presentes, para o desconforto do relator de um processo que a jornalista Hildegard Angel chama de ‘mentirão’, como ficou conhecida a história contada por Roberto Jefferson, ex-deputado e condenado por corrupção passiva na Ação Penal 470, do Supremo Tribunal Federal (STF), de que o ex-ministro José Dirceu usava dinheiro público para comprar votos de parlamentares. Embora o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato afirme ter provas suficientes para derrubar “a farsa do ‘mensalão“, a mídia conservadora tratou de criar, em Barbosa, o mito do homem simples, que vem de uma família pobre e se torna o algoz do “maior esquema de corrupção já visto no Brasil”.
Enquanto Jefferson aguarda em sua confortável residência, na aprazível Levy Gasparian, uma pequena cidade no interior fluminense, que o sistema penitenciário nacional providencie – ou não – os salmões necessários à dieta balanceada do presidente de Honra do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), para que ele possa ser recolhido ao xadrez, ou não, Genoino amarga a incerteza de voltar à Papuda, onde “não vai durar muito”, segundo prevê a filha, Miruna, em carta distribuída a jornalistas no Brasil e no exterior. Se o PTB, de Jefferson, poderá apoiar uma candidatura como a de Barbosa, do PT, de Genoino, o presidente do STF sabe, de antemão, que receberá as críticas mais ácidas e a oposição ferrenha de uma militância aguerrida. Sob uma perspectiva política não é difícil escolher, diante das opções, quem mandar para a cadeia e quem poderá cumprir a pena estabelecida em prisão domiciliar.
O sociólogo FHC não perdeu de vista o componente eleitoral que se aferroa, como no samba de Chico Buarque, ao currículo do dublê de juiz e futuro candidato embalado na pesquisa Datafolha, realizada no final de novembro, que o coloca com 15% das intenções de voto para a Presidência em 2014. No mesmo cenário, a presidenta Dilma Rousseff lidera com 44%, o senador Aécio Neves (PSDB) tem 14% e o governador Eduardo Campos (PSB) aparece com 9%.
– É difícil imaginar Barbosa na vida partidária, ele não tem o traquejo, o treinamento para isso, uma coisa é ter uma carreira de juiz, outra coisa é ter a capacidade de liderar um país. Talvez o Senado, a vice-presidência. Não creio que ele tenha as características necessárias para conduzir o Brasil de maneira a não provocar grandes crises. Confio no bom senso dele – pondera FHC, que integra a campanha de Aécio Neves, senador mineiro e pré-candidato tucano ao Palácio do Planalto.
Homem mau
Mais do que inexperiente na política, Barbosa apresenta-se aos eleitores como “ferrabrás”, sujeito que “gosta de se passar por valente” segundo o Caldas Aulete, e surpreendeu os parlamentares, na semana passada, ao encaminhar ofício para os governos de São Paulo e do Distrito Federal perguntando se os sistemas prisionais paulista e distrital possuem condições de receber o ex-deputado José Genoino (SP).
Cardíaco, operado há menos de seis meses, Genoino, um dos condenados na AP 470, está em prisão domiciliar temporária, na casa de uma filha, em Brasília, enquanto se restabelece da cirurgia que realizou em julho passado. Ao mesmo tempo, aguarda resposta sobre o pedido feito pelo advogado de defesa para que a pena seja revertida de regime semiaberto para regime domiciliar, em função do seu estado de saúde.
Na prática, o ministro, que já possui em suas mãos dois laudos médicos sobre o paciente e parecer do procurador-geral da República, Rodrigo Janot – este último documento, inclusive, é favorável a que Genoino fique em casa em função dos problemas clínicos – não tem prazo para emitir sua resposta, mas o que se comenta tanto no Supremo como no Congresso Nacional é que poderia ter dado retorno ao pedido pelo menos três semanas atrás, seja negando, seja acatando a reversão da pena.
O encaminhamento do ofício, há poucos dias do Natal foi visto, tanto por deputados e senadores petistas como pelos demais parlamentares da base aliada, como um gesto de revanche, em função do ato de desagravo aos condenados na última sexta-feira, durante o Congresso Nacional do PT. Na ocasião, vários dirigentes do partido acusaram o presidente do STF de “tentar aparecer para a mídia” e de ter adotado, durante o julgamento da AP 470, “comportamento pouco condizente ao de que se espera de um ministro”, como colocou o deputado João Paulo Cunha (SP) – um dos condenados no processo, mas que ainda aguarda a apreciação dos embargos infringentes.
Líder do partido na Câmara, José Guimarães (CE), irmão de Genoino, demonstrou estar abalado e evitou dar declarações a respeito, com o argumento de que estaria tentando preservar a família e evitar maior especulação em torno do assunto. Mas coube à filha, Miruna, o pronunciamento mais contundente:
“Tenho que começar minha semana sabendo que o JB (Joaquim Barbosa) pediu um parecer, outro parecer, pelo amor de Deus, para o juiz de execução de Brasília e de São Paulo perguntando se eles têm condições de receber meu pai nos presídios destes locais. Alguém por favor pode pedir, rezar, pensar, desejar, que nossa tortura tenha fim? Alguém pode me explicar por que tenho de passar por esse sofrimento? Por que não posso planejar o natal com minha família? Por quê? Por quê?”, destacou Miruna, na nota.
Num apelo mais enfático, a filha do ex-deputado afirma, ainda, que considera o gesto “falta de humanidade” e lembra que o Ministério Público já emitiu parecer favorável a que Genoino seja colocado em prisão domiciliar. “Mas não se conformam e precisam pedir aos juízes que digam se ele não pode mesmo ir para a prisão. Você acha que eles vão dizer o quê? Todos só o que querem é prender meu pai atrás das grades, mas que todos lembrem que terão de responder por sua vida”, acentuou.
O laudo médico elaborado por profissionais do Hospital Universitário de Brasília (HUB), feito a pedido do ministro, concluiu que Genoino é portador de cardiopatia e fez uma cirurgia delicada, mas atesta que não é considerado imprescindível que ele permaneça em ambiente domiciliar. Apesar disso, a mesma junta médica afirmou que o ex-deputado precisa receber acompanhamento médico periódico, ter dieta hipossódica (com pouco sal) e praticar atividade física moderada.
Em seu parecer, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ponderou que como o laudo comprovou a necessidade de atendimento médico pelo condenado, além de uso rigoroso de medicação e dieta restrita, o sistema prisional não garante a Genoino os cuidados de que ele necessita. “Ressalte-se que ao Estado incube o dever de cuidado, assistência e proteção à saúde do preso, não sendo possível sua omissão diante de situação que imponha risco real e iminente ao condenado de ter agravado seu estado de saúde ou até vir a óbito, caso não receba o atendimento adequado”, afirmou.
Fonte: Correio do Brasil