quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Uma sugestação para evitar novos derramamentos no Rio Doce, formulada pelo engenheiro Ronaldo Saad

Prezados Joca Muylaert/Fernando Leite
 
Conforme conversamos, fiz algumas considerações numéricas estimadas entre a capacidade de vazão dos minerodutos da SAMARCO, que conduzem minério de ferro até o porto de UBU (Cachoeiro de Itapemirim, ES), e o tempo que seria necessário para drenar por eles a lama contida nos reservatórios ameaçados de rompimento.
A solução visa, meramente, minimizar (ou até mesmo evitar) a contaminação adicional futura do Rio Doce, em caso de rompimento dessas outras barragens.
Está no anexo.
 
Somos todos verdes.
Somos todos RIOS DOCES.
Abç
José Ronaldo Saad
Eng civil
 

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Em Campos dos Goitacá RJ: Fragmentos de uma elite que come migalhas imorais para se manter no topo de não se sabe o que.

Como entender certos cidadãos do nosso município de Campos dos Goitacá - interior do RJ - que se prestam a servir de verdadeiros fantoches para agradar ao poder municipal em detrimento de suas próprias histórias e da dignidade de seus familiares e entes queridos?

Como entender que homens e mulheres que ontem se destacavam desde os bares aos centros de estudo, hoje se prestem a este tipo de coisa? — pois é, existiam bares em Campos que eram verdadeiros fóruns permanentes, onde se discutiam atos e fatos municipais, fossem no âmbito público ou privado, fórmulas, estratégias e ações para se ter uma cidade mais pensada e movimentada por diversos olhares.

Era comum o encontro dos jornalistas, professores, artistas, agitadores sociais, sociólogos, arquitetos, ambientalistas, fofoqueiros e pessoas que, embora não ligadas a qualquer tipo de segmento, depois de umas boas cervejas, se destacavam como grandes pensadores livres (enquanto escrevo revejo mentalmente muitos desses personagens...).

Quantas pautas eram introduzidas nas redações oriundas desses bate-papos, quantas peças teatrais brotavam por ali, quantas instituições e movimentos tomaram corpo e forma advindos das necessidades percebidas nessas conversas! 

Muitos desses personagens saíram da cidade para suas vidas acadêmicas lá fora e, até hoje, assistem de longe à cidade que se enveredou por caminhos tortuosos. 

Mas daí também saíram muitos dos que, em vez de estarem com o mesmo sentimento de ver a bucólica Campos dos anos 70, 80 e 90 crescer em seus aspectos sociais e humanos, estavam preocupados com suas aspirações de poder e ascensão pessoal. E, curiosamente, eram os menos dedicados aos estudos ou a uma profissão. Eram os oportunistas  franco atiradores, que com uma capacidade ímpar em absorver com superficialidade os problemas e supostas soluções, tinham em si o ímpeto de se destacar com a disposição de tornar popular o que conviviam nessas rodas. Eram os sanguessugas que hoje são facilmente identificados na sociedade.

Um outro fenômeno daquela época era a distância entre os considerados abastados socialmente e os personagens que lideravam certos  movimentos sociais, considerados sonhadores ou excluídos sociais. Há que se dizer que muitas "ovelhas negras" surgiram dessas supostas famílias de sangue azul que se julgavam acima de tudo, por se imaginarem no tal topo da pirâmide. Estes eram os jovens que, mesmo vivendo nesse universo de bolha social, por um motivo ou outro, procuravam um prisma diferente para entender o seu entorno. Nesses casos, curiosamente. alguns se transformaram em historiadores e sociólogos de destaque. Certamente fruto da autocrítica sócio-familiar.

Mas a grande maioria desses filhos destas tais famílias se preparava para ser independente e alheia aos problemas sociais de Campos, embora desse mesmo povo campista - que subestimava - vivessem, direta ou indiretamente em suas "explorações naturais" de uma relação entre doutos e plebe.

Os "marginais", que pensavam uma “nova Campos” em um momento mais reflexivo, eram ignorados e marginalizados. Mas eis que a inércia dos filhinhos e papais, causada pela necessidade de manter seus patrimônios e fazer mais dinheiro, os afastava do convívio com o povo, o que dá chance àquele grupo de oportunistas dos bate-papos alcançar, aos poucos, espaços na política local. 

Enquanto isto, paralelamente, a cidade assistia à bancarrota de diversas famílias, até então conservadas em suas redomas. Principalmente pela falência do setor sucroalcooleiro e agrícola - e nunca é demais lembrar que um dos motivos desta falência foi de responsabilidade da arrogância, prepotência e ostentação social. Isto se dava porque muitos produtores amealhavam empréstimos subsidiados em bancos públicos, dentro de vários programas de incentivo agrícola para, em vez de investirem em suas plantações e parques industriais, promoverem  disputadíssimas festas sociais que enchiam por semanas as colunas dos jornais locais. Bastava uma filha casar para se lançar mão de empréstimos volumosos para bancar a esnobação. 

Lembro-me de que o Banco do Brasil, na época do incentivo ao uso de carros movidos a etanol (o Pró-Álcool ou Programa Nacional do Álcool, que promoveu a substituição em larga escala dos combustíveis veiculares derivados de petróleo por álcool), fez uma parceria com a Ford do Brasil e oferecia financiamento para caminhonetes. Um fazendeiro adquiriu três unidades; uma delas foi o presente de aniversário de 15 anos de seu caçula (hoje político da região).

E daí?

Daí que esta falência e a troca de mãos da política local fizeram com que estes nomes da linha sangue azul fossem aos poucos se vergando aos que antes eram os marginais, apenas pela proximidade ao poder e aos faturamentos fáceis e quase nunca lícitos. 

São os homens e mulheres que se impunham como independentes que hoje se postam em genuflexo para seguir as ordens de lideres insanos e destrutivos à sociedade. Não encontro justificativa plausível para voltar a respeitar nomes que antes  tinham em seus discursos o reconhecimento e lucidez dos caminhos tortos pelos quais a cidade e o município caminhavam.

Os projetos pessoais e, sem sombra de dúvida insanos de uns e a necessidade inexplicável de se manter no vértice da pirâmide, por parte daqueles críticos de ontem, com certeza deformaram mentes e vidas de muitos que poderiam estar hoje lutando por dias melhores para Campos, porém, se venderam ao bel prazer de estarem junto ao poder, mesmo que este seja apodrecido e desprovido de qualquer responsabilidade social e humana coletiva.
Quase sexagenário, envergonho-me de ter perdido tempo tendo tido muitos destes como companheiros. Pois mudaram seus discursos e suas práticas de forma deslavada e ignorando suas próprias histórias.

Preocupam-me os jovens destas famílias hoje vendidas ao sistema quando amanhã as verdades vierem à tona. Nenhum,  nenhum momento de facilidade momentânea vale a herança maior deixada para os nossos filhos e entes queridos do que a marca da retidão e vontade de acertar juntamente com o mundo em que vivemos. 


Envergonhem-se. Reflitam e se curem desta moléstia aniquiladora de tudo por tudo. 

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Rolando Lero homenageado na Câmara Municipal de Campos - RJ?


A sessão de hoje da Câmara Municipal de Campos - interior do RJ -, com a presença do atual secretário municipal de governo, ex-prefeito de Campos, ex-governador do RJ, ex-deputado federal e recentemente candidato derrotado nas últimas eleições ao governo do RJ, merecia ser batizada de Sessão Rolando Lero.
Afinal, a que pergunta de interesse de Campos o secretário respondeu?
Fez da Câmara o que já sabíamos: seu segundo gabinete.
Tenham paciência...
Aproveito para parabenizar aos vereadores de oposição que ficaram sem respostas pelos pertinentes questionamentos ao prefeito, digo, ao secretário. Da mesma forma parabenizo os da base, pela aula prática de subserviência, cegueira conveniente e capacidade máxima de não se indignarem nesta verdadeira Paris; ou seria Londres (?) pelo olhar que veem.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Rádio como palanque eleitoral


*João Vicente Alvarenga
O ataque dos perdedores aos vencedores parece fazer parte do jogo democrático, mas deve-se tomar todos os cuidados para não chegar ao extremo do ridículo ou da comédia. 
Crivela falou sobre um terceiro turno porque as eleições de segundo turno foram fraudadas. Ele, à época, entrou com um pedido, junto ao TRE, solicitando a anulação do pleito que consagrou a vitória de Pezão nas urnas.
Crivela e Garotinho devem dar-se por satisfeitos por terem sido derrotados por uma diferença razoavelmente pequena de votos. Certamente que o que mais incomoda a dupla derrotada é o fato de Pezão ter conquistado votos de 73 municípios, que em termos percentuais, são 55,78% dos votos do Estado; enquanto Crivela conquistou votos de 19 municípios, em termos percentuais, 44,22% dos votos do Estado.
Para quem não desiste das ambiciosas futuras pretensões políticas, como ganhar nas próximas eleições para Governador ou não perder a Prefeitura de Campos em 2016, e, ao que tudo indica, estará se preparando tambémm para uma disputa à presidência da República, a palavra pode é introducir velho.
No momento, o quadro é bastante adverso. Mas em política tudo pode mudar da noite pro dia, e quem sabe não veremos Garotinho saindo vitorioso nas próximas eleições para o governo do Estado? E bem articulado para uma disputa à presidência da República?
No entanto, no momento, o que temos é a figura de um líder patético, em declínio, que perde sua poderosa influência política na maioria dos municípios do seu Estado, experimentando o sabor da derrota, o que o deixa na defensiva contra tudo e contra todos, exibindo uma performance, ora a de franco atirador, sem alvo definido; ora com alvos bem definidos: a Rede Globo de Televisão e, como não poderia deixar de ser, o PMDB de Pezão, a bola da vez.
Vejam o tom de denuncismo nos títulos por tras dos temas das matérias publicadas em seu blog, terminadas as eleições: situação insustentável do Comandante da PM; PMDB não perde tempo em pressionar Dilma; Crivela vai lutar na justiça para cassação de Pezão; a eleição mais manipulada da história; vejam como a Globo manipula as notícias contra Crivela; a verdade vai derrotar a mentira do PMDB.
Como se vê, convivemos com um homem dotado de poderes extraordinários: ele é capaz de detectar atos "ilícitos", fazer um julgamento e punir seus autores, indiscriminadamente; quer usar de sua retórica, para alimentar seu populismo ilusionista, para lançar suspeitas sobre a lisura na apuração dos votos dessa eleição; ele se sente capaz de denunciar e enfrentar a Globo. Por fim, Garotinho é a encarnação da verdade, a epifania de uma divindade premonitória. O restante é mentira.
Não é fácil perder uma eleição, ainda mais quando o derrotado é alguém vaidoso, ambicioso, arrogante e pretensioso.
O mais dramático de tudo isso é que o Deputado Garotinho termina seu mandato na Câmara dos Deputados. Por um bom tempo ele fica distante das manobras políticas em Brasília, sobrando tempo suficiente para comandar o jogo político na região e ao mesmo tempo resguardar seu futuro, para caminhar folgado rumo a algum nicho de poder.
A partir de janeiro, ele deixa o cargo de Deputado Federal, restando o rádio, veículo de comunicação de massas, para manipular e guiar as mentes inadvertidas.
A grande massa da população ainda se deixa iludir pela retórica dos discursos populistas. Garotinho é mestre nisso. Com esse poderoso instrumento a sua disposição, ele garante sua propaganda eleitoral até às próximas eleições.
O nicho poderá ser ou o Governo do Estado ou Presidência da República.

*João Vicente Alvarenga Professor Mestre em Filosofia, integrante da Equipe de Projetos Especiais da SMEC.

(imagem postada pelo blog)