quinta-feira, 23 de outubro de 2014

A deterioração da economia brasileira no governo Dilma

                                                    *

A campanha da candidata Dilma Rousseff desinforma a população quando compara os indicadores econômicos do governo PT com o governo do PSDB. Não é possível fazer essa comparação sem levar em consideração a conjuntura em cada momento. A análise do governo PSDB (1995-2002), exige um retorno á história, resgatando a conjuntura da década de oitenta. Para os analistas,  uma década perdida, onde a hiperinflação e os juros na estratosfera desorganizou, substancialmente, a economia do país. Diversos planos tentaram, sem êxito, eliminar a inflação que à época empobrecia a população e inviabilizava a produção. O país convivia com altas taxas de desemprego, baixo padrão de renda do trabalho e um forte aprofundamento da pobreza.

A luta contra a hiperinflação entrou pela década de noventa, gerando a renúncia do presidente Collor de Mello em 1992, quando assumiu o presidente Itamar Franco, no final do mesmo ano. Nomeado ministro da fazenda, o sociólogo Fernando Henrique Cardoso passou a comandar uma tropa de excelentes economistas, dentre eles, André Lara Resende e Pérsio Arida, conseguindo, finalmente, estabilizar a economia com o Plano Real em 1994. Com alta popularidade pelo feito, Fernando Henrique foi eleito presidente e governou o país por dois mandatos. Nos dois mandatos seguinte, Lula pôde conduzir um país estruturado e sem as mazelas tão profundas do período anterior. Tanto é verdadeira essa afirmativa que o próprio Lula tratou de manter as bases da estabilização econômica criadas pelo governo do PSDB, mesmo sendo censurado em alguns momentos por seus pares.

Se a comparação entre os governos Fernando Henrique Cardoso e Lula não é tão simples, em função das diferentes conjunturas, a comparação do último mandato de Lula com o mandato da Dilma é possível e aconselhável, de forma a constatar como o país se fragilizou nestes últimos quatro anos.


Olhando a evolução do PIB (riqueza gerada pelo país); do comércio exterior (inserção externa do país); da formação bruta do capital fixo (investimento agregado) e a escalada da Inflação (corrosão do poder de compra da população), não ficam dúvidas sobre o processo de decadência econômica do país no governo Dilma, nesses quatro anos.










Observe que no período 2007-2010, Lula governava o país, quando explodiu a crise financeira nos Estados Unidos, no final de 2008. Neste ano o PIB cresceu 5,2% contra 6,1% no ano anterior. A crise afetou fortemente o país, gerando uma queda de 0,3% em 2009, apesar do governo considera-la como uma marolinha. De fato, pode-se verificar uma forte recuperação do PIB, que cresceu a taxa de 7,5% em 2010, último ano de Lula.

No período seguinte, sob o comando da presidenta Dilma, claramente, o quadro é desalentador. Já em 2011 observa-se uma forte desaceleração do PIB, com o crescimento de 2,7%. Em 2012, ocorreu uma nova desaceleração com crescimento de 1%, seguido por uma pequena recuperação, onde foi contabilizado um crescimento de 2,3% em 2013, voltando a desacelerar mais fortemente em 2014, onde o crescimento no período de janeiro a junho bateu 0,5%.










Um segundo indicador de tamanha importância é o comércio exterior. No gráfico observa-se uma trajetória de forte queda do saldo da balança comercial (exportação menos importação). No governo Lula, apesar da desaceleração, o país acumulou um saldo de U$$ 110,3 bilhões, enquanto no período seguindo da presidente Dilma, o saldo acumulado foi de US$ 52,5 bilhões, ou seja, queda de  52,4% em relação imediatamente anterior.










O gráfico apresenta as taxas de investimento para os dois períodos. Observe que no período Lula (2007-2010), a média de investimento no país atingiu 18,5%, mesmo com o advento da crise americana, enquanto no governo Dilma (2011-2014 até setembro), a média chegou 18,1%, porém a tendência de desaceleração é evidente.










A inflação média anual no governo Lula atingiu 5,15%, enquanto no governo Dilma a taxa atingiu 5,71%, faltando considerar o último trimestre do ano. A expectativa é de que a inflação deste ano passe o teto da meta que é de 6,5%, com forte risco da indexação de preços, que alimenta a espiral inflacionária.

Importante observar que esse processo de deterioração econômica, ocorre em um ambiente de diversos incentivos a atividade industrial, com a eliminação e redução da tributação, políticas de transferência de renda e flexibilização de encargos sociais sobre folha de pagamento.

Conclusivamente, pode-se afirmar que está instalado na economia brasileira um quadro de resultados que são muito contraditórios, ou seja, ocorrem incentivos diversos ao setor produtivo, mas o crescimento da riqueza é pífia. Por outro lado, o aumento das taxas de juros e mecanismos similares não freiam a escala inflacionária. Como resultado, a receita orçamentária do governo se fragiliza e o equilíbrio da balança de pagamentos fica comprometido, além do comprometimento do futuro do próprio país. Esses argumentos justificam a busca de alternativas!

*Economista, Mestre e Doutor em Engenharia de Produção. Professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense. alcimar@uenf.br

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Grupo Verde apoia Pezão no Norte Fluminense.


MANIFESTO DE DIRIGENTES AMBIENTALISTAS DO GRUPO VERDE DO NORTE FLUMINENSE  EM FAVOR DO CANDIDATO PEZÃO  



Após três dias de intensos debates em reunião permanente, nós, ambientalistas Norte Fluminense, que compomos o GRUPO VERDE, com representantes de Campos, São João da Barra, Quissamã, São Fidélis, São Francisco de Itabapoana, Conceição de Macabu, Cardoso Moreira, Italva, Cambuci, Aperibé e Carapebus, acordamos o irrestrito apoio à candidatura do governador Pezão neste 2º turno.

A saber:
Reconhecemos em Pezão o governador que mais realizou ações voltadas para o desenvolvimento socioeconômico do interior do estado. Asfalto na porta, UPAS, UPP’s, estradas e pontes para escoamento das produções, sem falar que foi o governador que mais atenção dedicou ao interior do nosso querido Estado do Rio.
Ressaltamos que a nossa posição é espontânea e sem qualquer contato com a coordenação de campanha ou mesmo com o candidato, portanto puramente antagônica a tudo que o adversário já representa na política do estado do Rio de Janeiro.

Apoiar o candidato da Universal por si só tornou-se inviável. Basta conhecer a base de formação que lhe alçou a mandatos, bem como suas posições retrógradas e fundamentalistas. Só por isso estaríamos desconstruindo uma reputação que, ao longo do tempo, foi se consolidando. Aprendemos a defender programas vanguardistas como o do Partido Verde e a nos identificar com pensamentos e filosofias mais libertárias, o que nos impede radicalmente de fazer uma aliança com o que de mais retrógrado possa representar para o nosso estado do Rio de Janeiro.


Assim sendo, firmamos e reiteramos o nosso irrestrito apoio ao candidato que mais se aproxima dos nossos pensamentos.


Joca Muylaert, Gustavo Matheus, Robson Almeida, José Roberto de Almeida Dias, Manoel Moço, Zézé Demaco, José Amaro Jr., Fabiano de Souza, Luiz Henrique Guimarães, Cadinho M. Barcelos e mais 75 nomes. 

Matemática simples: Crivella deve ter mais de 190 mil votos em Campos, neste domingo.

Cabo eleitoral da Palavra de Paz incorpora Mãe Dináh e
ajuda a prever votação de bispo da Universal em Campos

Se tudo ocorrer como prevê o candidato derrotado ao governo do RJ — que se manteve durante toda a campanha como campeão de rejeição por parte dos eleitores, deputado federal em final de mandato, além  de líder da Palavra de Paz — o bispo Crivella, apoiado por ele neste 2º turno, deverá ter mais de 190.000 votos em Campos. 
Simples:
O bispo da igreja Universal contabilizou no município exatos 42.579 votos no primeiro turno (confira aqui); somados aos 150.000 votos (confira aqui) que são meta e promessa do líder da Palavra de Paz nas votações deste domingo, não fica difícil de se fazer uma previsão.
Basta saber se a "militância" do PR se sente estimulada para este desafio.

Creches fechadas em Campos, no interior do RJ, possivelmente por falta de pagamento aos funcionários.

Diversas creches estão sem funcionar no município de Campos, no norte do estado do Rio de Janeiro.
As informações apontam para a falta de servidores de apoio que estariam com os seus salários atrasados.
Sem alternativa, as diretoras decidiram pelo fechamento dos estabelecimentos, o que tem causado inúmeros transtornos às famílias que dependem dos seus serviços.
Até agora a secretaria responsável não se pronunciou. 

terça-feira, 7 de outubro de 2014

UMA PALAVRA SOBRE A ALIANÇA CRIVELLA GAROTINHO


Fernando Leite - jornalista e ex-deputado estadual-RJ

Paira sobre o Rio uma sombra, justo sobre o Rio de Janeiro, um Rio solar.


Forças conservadoras  fundamentalistas religiosas se articulam para a conquista do Poder. De um lado, o bispo da Universal, segundo homem na hierarquia da Igreja de Edir Macedo, Marcelo Crivela; do outro, o Garotinho, uma liderança forjada na luta popular, convertida ao atraso, ao incorporar os vícios políticos que combatia.

Ambos têm ideias necrosadas sobre o processo político-democrático e social; ambos, como lideranças, precisam da miséria cevada, como exército de Brancaleone, massa de manobra, como meio para seus fins. São perigosos porque são ideológicos.

Não custa lembrar que o Rio de Janeiro é um ente de uma federação republicana laica, mas, mais que isso, é um Estado plural, tolerante, irreverente, agitador, fomentador cultural, pátria do samba, ditador de moda, hábitos e costumes, berço de religiões afrodescendentes, historicamente, perseguidas, ultimamente, por conta do radicalismo ignorante e inquisitorial das novas seitas, impedidas de professarem sua crença no rito de passagem do ano, nas praias da zona sul. UM espetáculo belo de cultura e fé. Rio de Janeiro do Carnaval, maior espetáculo da Terra, tradução mais que perfeita do Brasil no exterior.

Quando uma ameaça dessa grandeza se anuncia, homens e mulheres de bem devem reagendar seus compromissos diários e encontrar um tempo, por mínimo que seja, para lutar, mesmo a “luta mais vã”, a luta com as armas da palavra contra a impostura, travestida de aliança eleitoral.

Que eles se acertem nos gabinetes, enquanto nós nos acertamos nas ruas, a grande arena do confronto democrático.

Eles querem fundar aqui uma republiqueta fundamentalista, unilateral, disfarçadamente autoritária. Não passarão!


Se depender de nós, o Rio de Janeiro continuará lindo. Em todos os sentidos.


(imagem postada por este Blog)