CRÔNICA DA
TREPANAÇÃO
Entre
tantos candidatos à chefia do executivo municipal deste longo Brasil, e com tão
multicolorida diversidade, em um único rincão acontece a coincidência máxima:
Em
Campos, terra dos misteriosos índios Goytacazes - com explicação somente
reservada aos seus pajés – irá acontecer a replicação da técnica milenar dos
Faraós.
Pois,
eis que surge no horizonte das perspectivas eleitorais a possibilidade concreta
de presenciarmos a emocionante disputa de dois operadores de cérebros.
Não
se trata aqui, nesse psicodélico ensaio de anatomia psicopatológica, de uma
apreciação das habilidades manuais desses candidatos, muito antes, de
evidenciar a essencialidade de o povo brasileiro, e particularmente o campista,
passar por uma profunda intervenção em suas cabeças desorientadas.
Estaremos
brevemente participando de um pleito instigante.
Muito
mais aguerrido que as lides medievais; e bem mais plangente que o sacrifício
imposto aos cristãos nas arenas do Coliseu, e talvez quase tão popular quanto o
sexo submeterá a todos à oportuníssima recuperação de sua civilidade – de há
muito aniquilada – promovendo a alternativa saudável de preservarmos a higidez
de nossa postura política.
Temos
à nossa porta o chamamento ao voto em um dentre dois neurocirurgiões.
Os
doutores Mackhoul Moussalem e Arnaldo Vianna.
Que o
vencedor, independente de qual seja, tenha suas mãos guiadas pelo espírito de
Hipócrates, na cirurgia curativa de nossas mentes.
De
nós, lobotomizados cidadãos nesse estranho ninho.
JR, 31/08/12 / Em uma
noite de Lua Azul
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