sábado, 1 de setembro de 2012

Proibição de lâmpadas incandescentes na UE preocupa alemães



A partir deste sábado lâmpadas convencionais incandescentes de 40 e 20 watts não podem mais ser produzidas nem importadas na União Europeia. As mais potentes, de 100, 75 e 60 watts, já saíram de circulação nos anos anteriores. O varejo ainda tem permissão para esgotar seus estoques.
As lâmpadas clássicas logo vão virar peças de museu no continente. Elas usam apenas 5% da eletricidade que consomem para produzir a luz, o resto é dissipado em forma de calor. Nas lâmpadas halógenas, mais de 90% da energia também é perdida na forma de calor. Já as lâmpadas econômicas e LEDs convertem cerca de 25% da eletricidade que consomem em luz.
Possíveis ameaças à saúde
A Alemanha, entretanto, é o lugar onde a resistência à proibição, aprovada pela UE em 2009, é mais forte. Na maioria dos outros países a medida tem sido implementada sem contratempos, segundo funcionários da Comissão Europeia. Apesar de os alemães serem conhecidos pela preocupação com a preservação do meio ambiente, muitos consumidores no país não gostam da luz fria emitida pela maioria das lâmpadas econômicas. Além disso, muitos se preocupam com o teor de mercúrio encontrado dentro delas.
Na capital da UE, Bruxelas, são realizados esforços para que as preocupações dos cidadãos sejam dissipadas. O toxicologista alemão Helmut Greim, da Comissão de Especialistas sobre Riscos à Saúde e ao Meio Ambiente da UE, viu o documentário austríaco Bulb Fiction, que chama atenção para os efeitos nocivos das lâmpadas de economia de energia à saúde. O filme mostra um garoto com queda de cabelo e faz uma conexão entre a doença da criança e a quebra de uma lâmpada de economia de energia. “Não há literatura científica provando que o contato com mercúrio leva à perda de cabelo”, enfatiza Greim.
Lâmpadas de economia de energia consomem, no mínimo, 75% menos que modelos incandescentes
Mercúrio
Uma porta-voz do comissário para Meio Ambiente da UE, Janez Potocnik, afirma que o teor de mercúrio nas lâmpadas econômicas é muito baixo. E até o dia 1° de janeiro de 2013, o limite deve ser reduzido, mais uma vez, dos atuais 3,5 miligramas para 2,5 miligramas.
A respeitada fundação alemã Stiftung Warentest (Fundação Teste de Produtos) considera o nível aceitável. “A quantidade de mercúrio permitida atualmente pode ser encontrada em poucos quilos de atum”, garante a entidade, apontando, entretanto, ser importante que a indústria reduza ainda mais essa cota.
A Agência Federal do Meio Ambiente da Alemanha, sediada em Dessau-Rosslau, afirma que a quebra de lâmpadas econômicas não constitui um perigo, mas instrui os consumidores a, nestes casos, arejarem o ambiente por pelo menos 15 minutos. Depois, os fragmentos devem ser coletados com um pano úmido ou fita adesiva, e os resíduos não devem ser jogados no lixo comum e sim nos destinados a reciclagem especial.
( DW - de Bruxelas)

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