– A vantagem desse novo processo é que ele é indolor e pode ser realizado sem a necessidade de introduzir uma agulha no paciente –, diz o professor Flair José Carrilho, titular da Gastroenterologia Clínica do HC.
O HC será a primeira unidade do País a utilizar o exame.
A biópsia hepática, considerada a melhor forma para o diagnóstico da fibrose na hepatite crônica C tem como vantagem avaliar outros dados também importantes relacionados à questão do problema no fígado. Entretanto, o método exige muito mais esforços, tanto da equipe médica quanto do paciente. Isso porque, exige internação, uso de anestesia local e introdução de agulha para obtenção do fragmento de tecido hepático.
Além disso, há risco raro de complicações hemorrágicas para o paciente. Para a Elastrografia não é necessário sequer o jejum.
Até agora, a biópsia hepática é a única alternativa para os pacientes do SUS. Além da questão do conforto físico do paciente, o apelo financeiro é bastante significativo neste caso.
– Não ser necessário internar o paciente barateia muito os custos do procedimento –, aponta Carrilho.
A Gastroenterologia Clínica é pioneira na introdução da técnica na rede pública de saúde brasileira. Protocolos de pesquisa em desenvolvimento atestam a eficácia da nova tecnologia. No momento, o processo passa por uma fase de testes que servirá para a construção de uma curva de aprendizado, o que servirá de auxílio e base para as equipes médicas que adotarem a técnica daqui para a frente.
São necessários cerca de 500 exames para que a equipe entenda o procedimento e estabeleça padrões para ele. Até agora, por volta de 400 exames já foram realizados. Depois disso, a técnica ficará disponível para ser utilizada no SUS.
A técnica foi desenvolvida na França há dez anos e está à disposição da população europeia há cinco. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou o uso do aparelho no Brasil. Os equipamentos foram trazidos da França este ano e já estão sendo utilizados na fase de testes.
– Foi uma importação de tecnologia. Utilizamos material e base da França e fomos à Barcelona, na Espanha, para uma série de estudos, já que lá é um centro de aprendizado nesse ponto.
O equipamento utilizado é bastante semelhante a um aparelho de ultrassom, denominado Fibroscan. Ele emite ondas de baixa frequência ao medir a elasticidade do fígado. Quanto mais endurecido estiver o tecido, mais rapidamente as ondas serão propagadas, a partir da quantidade de fibrose presente.
As inflamações no fígado produzem fibrose, que é responsável pelo enrijecimento do fígado. Obtida a medida, é possível identificar o tipo de anomalia que atinge o órgão.
(Agência USP)
(Agência USP)
Nenhum comentário:
Postar um comentário