terça-feira, 21 de junho de 2011

UENF desenvolve nova fonte energética alternativa: o Carvocapim


Pesquisadores da UENF apresentaram na manhã desta terça-feira, 21/06, o carvocapim - carvão vegetal produzido a partir de um tipo de capim muito utilizado na alimentação de bovinos: o capim-elefante. Eles fizeram uma demonstração prática de todo o processo de produção do carvocapim - coleta do capim-elefante no campo, moagem, carvoejamento da biomassa e briquetagem - na área de pesquisa da UENF no Colégio Agrícola.


Financiadas pela Faperj e pelo CNPq, as pesquisas que deram origem ao carvocapim reúnem dois professores do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA) - Hernan Maldonado Vásquez e José Fernando Coelho da Silva - e dois outros do Centro de Ciência e Tecnologia (CCT) - Carlos Maurício Fontes Vieira e Marcelo Silva Sthel -, além do doutorando em Ciência Animal Lucival de Souza Júnior.
Além de constituir uma fonte energética alternativa contínua e sustentável - contribuindo para evitar o desmatamento das florestas (pois o carvão vegetal tradicional é obtido a partir da lenha) -, o carvocapim apresenta um maior poder calorífico, devido à sua maior densidade. Outra vantagem é o formato uniforme, que facilita a logística de transporte. 


Mas o maior diferencial competitivo do carvocapim está no campo. Enquanto a produção de carvão de eucalipto precisa esperar no mínimo cinco anos para o corte definitivo da planta, o capim-elefante permite duas colheitas por ano e tem uma vida produtiva em torno de 10 anos. É possível produzir cerca de 35 toneladas de matéria seca de capim-elefante por hectare.


- O manejo é muito mais simples que o do eucalipto. E o plantio é semelhante ao da cana-de-açúcar. Em 150 dias, a planta desenvolve 3 metros de altura e 2 cm de diâmetro - explica o agrônomo Lucival de Souza Júnior, cuja tese de doutorado é sobre o carvocapim.


O processo de carvoejamento da biomassa do capim-elefante é semelhante ao do carvão tradicional. Depois de moída, a biomassa vai para um forno a uma temperatura de 380 graus, onde permanece por duas horas e meia. O carvão obtido é triturado e colocado em uma máquina para ser densificado - ou seja, transformado em briquetes. Antes, o material recebe água e um ingrediente cuja fórmula é mantida em segredo.


Agora, os pesquisadores pretendem determinar o poder calorífico dos briquetes de capim-elefante visando à sua aplicação comercial e industrial. Pretendem ainda analisar a viabilidade técnica-econômica de sua produção, bem como quantificar a emissão de gases estufa (potenciais poluentes atmosféricos) no processo de carvoejamento do capim-elefante.


- O carvocapim pode representar uma opção econômica e perene para a geração de energia, podendo ser utilizado em fornos de padarias, pizzarias, caldeiras industriais e na indústria ceramista, que ainda utiliza a energia térmica liberada do carvão vegetal tradicional - diz o professor Maldonado, que coordena as pesquisas. 


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