sexta-feira, 17 de junho de 2011

´PV não perderá sem Marina´

Dirigente do partido faz duras críticas e afirma que pode pedir uma investigação contra a ex-senadora
Brasília. Em meio à guerra entre Marina Silva e a direção nacional do PV, o partido já cogita a saída da ex-senadora. A secretária de Assuntos Jurídicos do PV, Vera Motta, afirmou que, se isso acontecer, não haverá prejuízo aos verdes.

Considerada o braço direito do presidente José Luiz Penna, a dirigente afirmou que ele não abrirá mão do cargo, que ocupa desde 1999, para ceder o controle da sigla ao grupo de Marina.

"O PV não perderá nada. O partido é maior do que qualquer pessoa", afirmou Vera. "Cada um vai ficar com o seu legado: a Marina com o dela e o PV com o dele. Se a vontade dela for sair, ninguém vai contrariá-la", acrescentou a secretária, que criticou Marina por usar seu desempenho da eleição presidencial como argumento para reivindicar mudanças na cúpula verde. Ela afirmou que o crescimento do partido no ano passado foi "artificial" e que os 19,6 milhões de votos não podem ser atribuídos apenas às qualidades da ex-candidata à Presidência.

Ameaça
Vera endossou a ameaça de instaurar uma comissão de ética para investigar Marina e aliados pelas críticas públicas a Penna. Segundo a secretária, o tema está "em análise" na direção da sigla. O estatuto do PV prevê penas de advertência a expulsão a quem atentar contra a "boa imagem partidária".

A comissão de ética pode ser instaurada pela Executiva Nacional, onde o grupo de Marina Silva ocupa apenas um quinto das vagas. A ameaça começou a circular em abril e já foi divulgada na internet por Patrícia Penna, mulher do presidente José Luiz Penna.

Ontem, Vera acusou Marina de ignorar a hierarquia partidária e tentar controlar o partido "sozinha". "Ser senadora e ministra é diferente de ser dirigente partidária. Ela tem que entender as regras. Não existe candidatura sem partido. Filiação é um contrato de adesão", diz.

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