sexta-feira, 14 de junho de 2013

Carroças de tração animal em Campos - RJ: Falta de iniciativa.


Todos sabemos das origens rurais do município de Campos. A mesma origem que teceu os hábitos sociais advindos das casas grandes em relação ao povo em geral. Certas coisas, porém, ainda são permitidas em nome de uma cidade que insistem adjetivá-la pacata. Isto funciona quase que para a permissividade de hábitos que deveriam ser distantes à velocidade da contemporaneidade.

Muita gente que acredita saber gerenciar o trânsito de Campos, pode aproveitar. "É de grátis"

Foi-se o tempo em que era possível parar na Pelinca e, de dentro do carro,  pedir três pães de sal, duas broas e um pão doce. O dono do estabelecimento parava de atender todo mundo no balcão — até porque quem tinha carro tinha preferência e pressa — e a mercadoria ia até a janela. Acontece que por alí passavam veículos esporadicamente.

Hoje o pedestre ainda tem a cara de pau de atravessar as ruas e insinuar, quando não grita, aquela antiga frase: "Ele n'é cego. Ele que espere". Isso sem falar no inconsequente uso dos fones de som enquanto se pedala e atravessa vias ou ainda no ato de falar ao telefone na mesma circunstância. Motorista e motoqueiro nem falo. Muito menos nas dezenas de carros abandonados nas ruas ou que se transformaram em estabelecimentos comerciais, ocupando vagas e auxiliando na proliferação de vetores e acúmulo de lixo. Em certos pontos, calçadas com currais. Parece narrativa de romance, mas não é. É a realidade da cidade que deveria estar se educando para crescer. 


É assim...

Acontece que por aqui cada um se sente dono. O espírito coletivo passa longe. Signo mais significativo desta situação é o abuso em todos os sentidos da ocupação do espaço urbano nas imediações da Pelinca em dias como o de hoje, sexta-feira; que se prolonga por todo o final de semana. Tudo entregue ao Deus dará, completamente sem o mínimo de controle. E vai piorar muito com a aproximação do ano eleitoral.
A rua Salvador Correa é exemplo típico de estacionamento nas duas laterais. Quando não raro são ruas que ora o estacionamento é a esquerda, ora a direita. Comumente para satisfazer demandas particulares em detrimento a um todo. A falta de sincronização dos semáforos freia tudo. Não é difícil perceber que as melhorias nas pistas de rolagem e o tempo mais corrido fazem com que a velocidade do trânsito aumente, porém a cabeça e a prática do campista e dos responsáveis pelo gerenciamento do trânsito andam na velocidade das charretes.


não precisa ser assim...

Charretes...carroças de tração animal...

Campos já passou da hora de oferecer alternativa às centenas de trabalhadores que dependem deste tipo de expediente. Se existem mesmo esses créditos com financiamentos módicos, por que não se elaborar um projeto no qual:
1. Habilite-se o carroceiro com CNH, financiando a auto-escola etc...
2. Haja financimento de pequena caminhonete com capacidade similar a das carroças.
3. Simples assim...
Os resultados ambientais e sociais dispensam comentários. 


...mas pode ser assim!!!
O projeto poderá englobar ainda os chamados 'burrinhos sem rabo', que disputam espaço no violento trânsito, arriscando suas vidas e operando indevidamente entre os veículos. Quem nunca viu em pleno centro da cidade um senhor septuagenário catador de papelão completamente escondido a passos curtos puxando o seu instrumento de trabalho?



Nenhum comentário: