sexta-feira, 13 de julho de 2012

Por que falar de raça e racismo em Campos?



Luciane Soares da Silva










Como defendia Max Weber, é da natureza científica dizer verdades 
que nem sempre agradam aos grupos sociais que as escutam. 
Temas como escravidão e racismo no Brasil ratificam a afirmação 
de Weber. O desconforto em tratar do tema em nosso país foi definido
 por Florestan Fernandes como “preconceito de ter preconceito”. 
E se em frente às câmeras a maioria das pessoas afirma que só
 existe “uma raça, a humana”, no cotidiano percebemos a 
reprodução de desigualdades com base na cor. Esta percepção 
sobre a cor foi explicada por  Oracy Nogueira (em oposição aos
 Estados Unidos) como “preconceito de marca”. Ou seja, aqui, 
o fenótipo é levado em conta mais do que a origem. O que isto nos diz? 
Que a tese de “escape do mulato” teria vigorado no Brasil. Por estas 
razões o tema permanece central para pesquisadores de todas as 
áreas de ciências humanas, mesmo que a biologia tenha provado 
que não existem “raças” no sentido defendido por cientistas como 
Nina Rodrigues, influenciado por Lombroso, a quem entusiasticamente 
dedica o livro ‘As raças humanas e a responsabilidade penal no Brasil’ 
em 1894. Esta obra, essencial para quem estuda raça no Brasil, 
advogava que, em função de sua inferioridade racial, os negros não
 teriam discernimento suficiente para compreensão de questões morais 
como “bem/mal” e que, portanto, não poderiam responder penalmente 
da mesma forma que os grupos arianos, racialmente mais evoluídos. 
Ainda em tempo: Nina Rodrigues era médico, “mulato” nas 
classificações do Brasil e ogã do terreiro do Gantois na Bahia. 

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