Arcinelio
Caldas
Procura
daqui, procura dali e nada de aparecer a lambreta. Retorna ao Clube e reclama
com o presidente. Este por sua vez, aciona o segurança da rua e pede
providências para localizar a lambreta. A esta altura do campeonato, várias
pessoas já estavam à procura da lambreta do pobre entregador de bebidas.
Frustradas
todas as tentativas de localização da lambreta, o vizinho Loisel resolve chamar
a polícia que, ao chegar, faz a Cláudio as perguntas de praxe: “Qual a cor da
sua lambreta?” “Azul turquesa”, afirma Claudio. “Onde você a deixou?” “Aqui na
porta do Clube”, confirma o lesado. A polícia num fusca branco da corporação
roda o quarteirão, estende-se até a Lapa, indagando de um e de outro se não
viram uma lambreta com as características informadas.
Diante
das infrutíferas buscas realizadas, o comissário de polícia sentencia o
encerramento das diligências e orienta Cláudio a ir à Delegacia, munido da nota
fiscal e documentos pessoais, dar queixa do furto. Em face das dificuldades impostas,
Cláudio retruca que não tem importância, afirmando: “Vou a pé para o depósito,
pois a lambreta, além de velha, estava pequena para os meus pés. Com o salário
no fim do mês, vou comprar outra novinha em folha.” O comissário de
polícia, mineiro desconfiado, inconformado com a ironia do momento, exclama em
alto e bom tom: “Esta língua portuguesa ainda me mata de raiva sô!”
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