quinta-feira, 9 de agosto de 2012

No esporte nem sempre vencer é o mais importante. Mas participar sim!

Patesko já ao celular: "Que merda estão fazendo por aí, heim?!?!?!





É exatamente nos certames esportivos que vibramos com a presença dos atletas que se dedicam e treinam exaustivamente para as vitórias que hão de vir. Desde muito cedo, todos aprendem que vencer nunca é o mais importante no esporte. Participar é o mais importante. Sim, sem dúvida nenhuma o esporte tem sido no mundo inteiro uma das grandes opções de resgate social e moral. Projeção para uns. Sobrevida para muitos. Novo caminhar para crianças e adolescentes sem rumo... Enfim, o esporte é tão importante quanto a educação, mas obrigam-na a dar as mãos à cultura e viver de faz de conta.

Desde há muito Campos conta com setor próprio para cuidar desta área. Há muito pouco tempo, era  um simples departamento que, curiosamente, com parcos recursos, conseguia a promoção de inúmeros eventos que envolviam o município em torno do esporte. Mas os tempos mudaram...

Ao me debruçar sobre o livro 'Patesko - entre amigos', em sua página 54 e seguinte, deparo com a relação dos vencedores das Provas  Ciclísticas realizadas entre 1945 e 1998 - ano da publicação da obra. O que se constata é um verdadeiro banho dos campistas. Nas 53 provas listadas, 38 vezes o pódio de campeão teve como destaque um campista. Um excelente escore com atletas que defendiam agremiações esportivas, instituições de ensino ou patrocinados por empresas da terra. Destaco a participação de pequenos cicles, como o Radar e o São Jorge. Sem desperceber, me salta aos olhos o tri-campeonato (88, 89 e 90) de  Joel Vieira, o Jojó, atleta da A.A. Demaco - pessoa que tive o prazer de conhecer ainda correndo e a quem me coube a triste tarefa de, no mínimo uma vez por semana, buscar em Barcelos para realizar seu tratamento aqui em Campos contra uma moléstia renal, que o tirou de combate em pouco tempo. 

O mesmo acontece com o atleta Fábio Lemos Bensi. Quatro vezes sucessivas campeão - 94 a 97. Este patrocinado pela Associação Cicle Calil.

O que vemos hoje  em Campos no que tange ao Esporte? Quase nada! Ou melhor, o que se vê são atletas que comumente imploram auxílio para competir e depois parecem oficiais. O esporte em Campos tem vivido de firulas. Há poucos anos eram contratos milionários para se manter equipes desta ou daquela modalidade, com o intuito único de mídia governamental. Não fosse assim, teríamos hoje equipes próprias, de campistas. Mas não há!
Não tenho mais saco para realizar um levantamento de quanto, após a criação da Fundação do Esporte, o município gastou com aquela pasta - nem me interessaria. Porém, pude sentir o vazio das ruas durante Prova Ciclística da última segunda-feira. Uma parca platéia respondia à ausência de campistas na competição. Ora, sabemos que, embora seja a segunda prova mais antiga do Brasil, já na sua versão de número 78, a presença de atletas campistas representando agremiações esportivas, educacionais e empresarias, etc,  atraia uma gama de torcedores das diferentes opções. 
Mas uma coisa se mantém na tradição: os vários pontos onde se encontram para uma boa cerveja tendo a prova como motivo. Destaco a pracinha do Sossego, hoje encoberta pelo quiosque do Eraldo e o Ramisdei Pub Bar, também conhecido como Churrasquinho do Deisinho, na Formosa entre Barão e Álvaro Tâmega.
Pasma saber que na prova chamada Elite  apenas um campista concorreu. E o pior: sob seus próprios auspícios. Resta perguntar: O que está havendo com o esporte em nossa cidade e município? Não me venham com chorumelas tentando explicar o óbvio: Campos está aquém do que se espera no esporte. Seja nos seus clubes, nas instituições oficiais, nas escolas...
Na verdade, creio que o Esporte não faz mais parte da nossa cultura. Ou roubaram - também - esta vocação?!?!

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