quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Fernando Gabeira assume a candidatura ao governo e acirra a corrida sucessória

Com avanços importantes nas áreas de segurança e finanças públicas, o governador Sérgio Cabral parecia se encaminhar tranquilamente para a reeleição. Líder nas pesquisas, o político do PMDB segue à frente de seu maior rival, Anthony Garotinho, do PR, mal avaliado nas administrações que comandou. Continua favorito, mas o quadro sofreu uma mudança na semana passada com o anúncio de que o deputado federal Fernando Gabeira, do PV, vai concorrer ao governo do estado.
Praticamente confirmado como candidato ao Senado, Gabeira – de forma surpreendente – voltou atrás e confirmou que sua ambição é mesmo se instalar no Palácio Guanabara. Não chega a ser um sonho despropositado. Levantamento realizado em dezembro pelo instituto Datafolha (portanto, antes da decisão) mostrava que, caso decidisse se lançar, ele teria de saída 17% dos votos, um porcentual respeitável. Na enquete, Cabral mantinha a liderança com 38% e Garotinho estava em segundo, com 24%. Como o total de indecisos é alto, pois um em cada cinco eleitores não se definiu, pode-se concluir que o cenário está em aberto. "Eu vou derrotar o governador", disse Gabeira a VEJA RIO. "Não vou entrar apenas para repartir votos ou fazer figuração."

Essa confiança se baseia em seu excepcional desempenho durante a campanha à prefeitura do Rio, em 2008. Na ocasião, Gabeira protagonizou uma das maiores arrancadas do país, começando com meros 3% de apoio e chegando a 49%, apenas 55 000 votos atrás do atual prefeito, Eduardo Paes, do PMDB, para quem perdeu no segundo turno. Sua força concentrou-se na Zona Sul, onde atingiu o espetacular índice de 75% de votação. Dali, um forte reduto de formadores de opinião, ele espera expandir seu eleitorado para outras regiões do município e para o resto do estado. No pleito anterior, ele conseguiu alargar esse círculo para além do esperado, angariando adesões em bairros da Zona Norte, como Tijuca (64% do eleitorado) e Méier (55%). "Antes diziam que eu não cruzaria o túnel. Agora dizem que eu não atravessarei a ponte. É o que vamos ver", provoca, referindo-se à Ponte Rio-Niterói. O desafio de Gabeira é, em certa medida, semelhante ao de Sérgio Cabral – e por essa razão sua entrada na corrida pode prejudicar diretamente o governador. A dupla tem boa penetração na capital, que concentra cerca de 40% do universo eleitoral, e menor fôlego no interior. Em situação oposta está Garotinho, que sofre rejeição na cidade do Rio de Janeiro mas desfruta sólido apoio no norte do estado.

Conhecido pela maneira atípica de fazer política, pela defesa de teses polêmicas como a legalização da maconha e por um passado de militante radical da esquerda – foi um dos sequestradores, em 1969, do embaixador americano Charles El-brick –, o deputado do PV inicia a campanha com pelo menos uma característica incomum. Ele poderá receber em seu palanque dois presidenciáveis: o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e a senadora Marina Silva (PV). Até agora, eles estão se entendendo. Em uma reunião realizada entre os dois partidos na segunda-feira (18), ficou decidido que o vice na chapa será um tucano. "Ambos vão participar, aparecer nos programas de TV, mas eu vou dedicar um espaço privilegiado à Marina", diz Gabeira. Embora ainda falte mais de oito meses para as eleições, a briga promete.

www.vejario.com - Sabrina Wurm.

Um comentário:

Anônimo disse...

Um, dois, Três...
Quatro, Cinco, mil...
Queremos José Serra Presidente do Brasil!!!