A ex-senadora tenta articular uma frente com entidades da sociedade civil. O primeiro passo seria conseguir uma audiência pública no Senado e depois abordar individualmente os 81 senadores. A surpresa com o PSDB - onde conseguiu atrair para a sua posição apenas um voto, o do deputado Ricardo Tripoli - foi uma das maiores decepções da ex-senadora Marina Silva (AC), terceira colocada na eleição presidencial do ano passado, com a aprovação da proposta do novo Código Florestal na Câmara dos Deputados, na terça-feira. O texto, que libera a exploração econômica em áreas de preservação permanente e aumenta a autonomia de Estados e municípios no setor, teve apenas 63 votos contrários, ante 410 favoráveis.
"Sempre soube que não havia maioria para nossas propostas no PSDB, mas contávamos conseguir de sete a oito votos. Brinquei com o Tripoli dizendo que ele é um espécime em extinção", comentou Marina, que esteve sexta-feira em Belo Horizonte para um evento na Escola de Direito Dom Helder Câmara. No segundo turno da eleição presidencial, Marina permaneceu neutra e bloqueou movimentos no PV para o apoio ao tucano José Serra.
A votação do Código Florestal no Senado leva Marina a voltar-se para o governo federal. O PT negou metade de seus votos na Câmara ao novo texto e a presidente Dilma Rousseff sinalizou que poderá vetar a proposta. É com a presidente que Marina conta mais. "Conheço bem o Senado e sei que o PMDB e a bancada ruralista têm mais força na casa, mas vamos envolver a sociedade em um movimento amplo de modo a dar sustentabilidade política para o veto, se o Senado não reformar a proposta", comentou.
A ex-senadora tenta articular uma frente com entidades da sociedade civil como Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O primeiro passo seria conseguir uma audiência pública no Senado e depois abordar individualmente os 81 senadores.
A polêmica do Código Florestal interrompeu momentaneamente a trajetória de conflito entre Marina e a direção nacional de seu partido, que se iniciou quando a Executiva que dirige o PV prorrogou o mandato do presidente nacional da sigla, deputado federal José Luiz Penna (SP), até 2012. Marina e a bancada do PV na Câmara, que é alinhada à direção nacional, atuaram juntos na fracassada tentativa de deter a tramitação da nova lei. Mas a ex-senadora sinalizou que a tensão interna deve prosseguir.
"O partido já fez a revisão programática, mas ainda aguardamos a renovação democrática", disse. A ex-senadora estava acompanhada pelos dois pré-candidatos do PV à prefeitura de Belo Horizonte, o deputado estadual Délio Malheiros e o ex-deputado federal José Fernando Aparecido e o presidente estadual da sigla, o ex-vice-prefeito de Belo Horizonte Ronaldo Vasconcelos. (Valor Econômico) |
terça-feira, 31 de maio de 2011
Projeto dificulta aproximação entre Marina e PSDB
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