terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

A Globo e a cobertura capenga do carnaval 2010.


Para narrar desfile de escolas de samba...
...eles são excelentes no esporte!!!!
Todos já se acostumaram à excelência com que a Rede Globo de Televisão trata os seus eventos. O que lhe garante estar entre as melhores do mundo. Este ano, porém, a transmissão do carnaval carioca deixou muito a desejar. Falhas sucessivas foram a marca da jornada. Quem deve se explicar é o veterano Roberto Talma e o José Bonifácio de Oliveira, o Boninho, diretores de núcleo do carnaval 2010.
O locutor esportivo Luís Roberto e a jornalista Glenda Kozlowski, que ancoraram as transmissões, pareciam estreantes na profissão. Se ativeram aos releases das escolas e os liam sem a mínima emoção e demonstração de conhecimento de causa. Chegaram várias vezes a se atropelar. Comentários da vida particular, com intuito de aproximar o telespectador, se tornaram cacos desprezíveis.
O roteiro de transmissão parecia ser improvisado. No primeiro dia, foi dito que tudo deveria ser interrompido para se assistir ao "grito de guerra" de cada escola. Miou, foram desprezados. Por inúmeras oportunidades, as imagens que estavam no ar não eram narradas (até mesmo percebidas) ou as cortavam de maneira súbita.
O grande jornalista e apresentador do ótimo programa Sarau, transmitido pela Globo News, Chico Pinheiro, era o anfitrião da Esquina do Samba, espaço integrado da equipe de jornalismo, narradores e comentaristas (Geraldo Carneiro, Deborah Colker, Pedro Luís e Haroldo Costa). Pescando celebridades, ele fez um razoável trabalho. Só não era de se esperar que seu auge seria tirar os roupões das destaques e exibi-los como troféu. Nestes momentos, me remontava à falecida Rede Manchete de Televisão, que se notabilizou, entre outras coisas, pelas transmissões mais ousadas do carnaval.
Os comentaristas, sob seu comando, embora grandes nomes, falavam mais do que o suficiente e se atropelavam. Furavam as narrações já enfraquecidas pelo casal de esportes. Os drinks? Por que culpá-los? Estou certo que eram cenográficos...
Na verdade não havia para o telespectador uma linha a ser apreendida. A maior dificuldade foi acompanhar a evolução das escolas. Na verdade impossível. O que colaborou em muito para isso foi o excesso de chamadas dos repórteres que cobriam os vários pontos do Sambódromo. Muitas das vezes sem o mínimo apelo.
Não posso deixar de falar também do(s) engenheiro(s) de imagens. Os cortes eram os mais inoportunos possíveis.
A cobertura televisiva deve cumprir não só o papel de substituir o acompanhamento in loco, mas sobretudo de propiciar algo mais aos telespectadores. Como, por exemplo, a participação de comentaristas que sejam realmente especialistas em carnaval e que possam ajudar o telespectador a entender melhor o que está sendo transmitido. Interrupções, só quando forem realmente necessárias ou quando venham se somar à cobertura. Brincadeiras sem graça, principalmente quando apelativas, só causam irritação.
Como sabemos que a cobertura estava sendo transmitida simultaneamente para mais de 150 países, é inevitável a pergunta: Será que, na realidade, era para este público lá de fora que a Globo estava se dirigindo? Sim, porque para eles talvez pouco importasse o enredo e todos os detalhes inerentes ao trabalho de cada escola. Uma rápida passagem por jornais estrangeiros, nestes dias, talvez exemplifique melhor o que estou falando: quando se fala de carnaval brasileiro, lá fora, a imagem difundida é a de corpos femininos seminus.
Valeu Plim-Plim!!!

Mas a Globo está em teste para as futuras transmissões em 3D. Talvez estejamos sendo cobaias desses experimentos.

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