O dia a dia nos conduz a reflexões que saltam sem que as procuremos. Dos quatro encontros que mantive hoje com companheiros distintos, porém sobre um mesmo assunto, pude perceber facilmente as diversas formas de cada um exercer sua experiência como dirigente. O que também serviu para que eu me olhasse. Destes, dois conversaram entre si.
Uma dos fatores que não quero deixar de lado é o horário que devemos tratar certos assuntos, embora acredite ser bastante variável de indivíduo a indivíduo.
Logo pela manhã convivi com o otimismo e a realidade vivos. A forma com que o primeiro companheiro partilha e divide os problemas com os seus pares - que basicamente são metas e estratégias para o crescimento da agremiação - o faz leve e esperançoso de grandes crescimentos. Sempre citando e apontando, quando presente, os autores de ideias e ações, ele respira a verdadeira função de motivador. Não se cobra e nem cobra a ninguém, nem ao grupo, as metas não alcançadas. Mas ouve e propõe nova tomadas de posição após avaliações sempre simples e produtivas. Senti saudades do ontem que já se faz distante... Lanchamos e saí também otimista e com a responsabilidade de estar mais presente, até porque eles cobraram, não creio-me ali indispensável.
Pouco mais de duas horas depois repetia o mesmo assunto com outro amigo. Que banho gelado neste outono de dias frios!... Com toda a formalidade fui recebido com chá e torradas ainda mornas, num sofá que me engolia de tão grande e macio - porém peça pequena perto da imensidão da sala. Ele postou-se numa cadeira tipo marquesa, de palhinha firme e que não afundava como o sofá, o que naturalmente me obrigava a olhar para cima enquanto conversava. Ele chegou munido de pastas que continham estatísticas, fotos, relatórios, recibos...
Sem mais dar espaço para a imposição territorial, fui ao assunto: "E nós, como estamos por aqui?
Qual o quê... Nem vou resumir o monólogo, mas seus tópicos foram mais ou menos assim:
1.É muito difícil segurar essa barra sozinho. Mas tenho feito de tudo.
2.Montei direitinho. Coloquei gente da minha confiança em cada lugar.
3.Consegui manter reuniões até as férias, depois foi esfriando...
4.Nunca deixei de dar tarefas a ninguém, mas é muito difícil esperar pelos outros. Nunca fazem como eu determino, ou pior: se comprometem e apresentam depois uma justificativa pela não realização.
5.Acho que pelos compromissos pessoais, a turma desapareceu. Antes até fazia um churrasquinho e eles vinham e a gente discutia ali mesmo.
6.Mas se precisar, mando tudo prontinho pelo meu secretário e eles assinam.
7.No início até contribuíam com as despesas; hoje sou eu quem segura tudo sozinho.
8.Pode ficar tranquilo, o pessoal do Rio também. Aqui eu resolvo bem. E por aí vai...
Comprimi todos os meus músculos procurando uma saída. Finalmente sugeri que ele cedesse a vez a um outro que pudesse lhe aliviar deste 'trabalho' todo. Quem sabe o seu vice, pessoa tão bem recomendada por ele mesmo. Quem sabe os universitários e você orienta, aproveitando a sua experiência...
Recebi de volta: - Essa turma não serve pra liderar. Ainda acho que o meu nome seja importante à frente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário