quarta-feira, 23 de junho de 2010

A conta da anorexia política.

Eles são assim: herdeiros do NADA
Bar. Várias pessoas se "divertem" e cantarolam a música chata da maioria dos cantadores. Uma mesa se avizinha sem a menor timidez - e por quê tê-la? Eu estava ao lado. Uma mesa que conversava justamente de política e falava alto.
A minha cerveja já não era mais suficiente para desenrolar o meu cotidiano chato e falsamente contemplativo. Pedi uma dose de uísque. Percebi que ainda tinha a cerveja toda por beber, afinal, a dose era apenas uma carga rápida etira-gosto dentro do meu eu-comigo.
Num rompante, resolvi que aquela cerveja me pertencia e que deveria vir à máquina compartilhar com algumas certezas.
Nós, que militamos à fio, sacrificando muitas vezes a nossa história pessoal, nos assentamos à mesa com escroques que nunca tiveram vida política ativa e se julgam donos das conquistas e das lamas nas botas. Ora, pela abrangência das nossas ações, tenho sim dialogueiros das várias tendências. Tenho sim companheiros que se locupletaram-se nos governos anteriores. Alguns, mesmos que atuam hoje.
O que me desencoraja é a hipótese de saber que os novos que se lançam como salvadores nunca tiveram participação política ativa e construtiva, e, quando falo em construtiva, falo ao debate, ao impasse ( o que comumente desgasta e nos faz refém dos poderosos, que criam estigmas!).
Não quero citar nomes. Mas somos muitos. Muitos que há anos colocam suas caras a prêmio. Por que os filhotes da situação serão,ou deverão ser nosos herdeiros?
Eles estava dentro de suas casas se banhando com a farsa dos seus sobrenomes e cagando e andando para a nossa luta. Comumente arrotando os favores so poder.
Pensemos nisto e, talvez, erremos menos, ou como eles gostam: "a menor".
Que simplicidade é esta de doarmos a nossa hitória individual por nomes que apenas se destacam sem nunca terem tido o peito de peitar? E se destacam por que?
Foram e são anos e anos de luta. Famílias desfeitas, noites dormidas sob pesadelos, cansasos do amanhecer, medo da morte ultrajante das vítimas dos viciados em lexotans, perseguições infames dos barôes, humilhações dos mocinhos do poder.
Chega disso! Entre todos os que estamos, haverá de haver, no mínimo um. Afinal, quando abrimos as portas, o convidado deve saber o sabor do mel e do fel.
Que se sente na última fila.


Me refiro a mim principalmente. Mas também a todos os companheiros de militância em quaisquer dos partidos e grupos.

Desculpem-me, sei que pouco somo., Mas a conta é esta!!!!!!

3 comentários:

Anônimo disse...

Se entendi bem, existe uma situação desconfortável de alguém ou um outro grupo composto de pessoas que nunca lutaram por nada legítimo politicamente, e que agoram querem alçar voos e posições dentro de um contexto interno partidário-eleitoral em detrimento de outro grupo mais legítimo e independente que ora parece estar inferiorizado por questões de logística,monetária...desconfie de quem quer lucrar com os ideais de outros.

Joca Muylaert disse...

Não, caro Anônimo. Não escrevi para relato interno algum.
Apenas após refletir com um amigo a facilidade de se tornarem "líderes" da noite para o dia.
Como vc bem coloca, há que se pavimentar estradas com seu próprio caminhar...
Pena que as agremiaões estão fadadas a estas situações. Observe qtos políticos em Campos foram inventados por pessoas de "poder". São inúmeros que se elegeram pelas máquinas
Abçs.

Edmundo Siqueira disse...

Joca,
Embora já tenha dito em mesmo meio, que tenho grande satisfação em lê-lo e que és a melhor companhia de mesa de bar que já conheci, ei de repetir. Embora eu seja um dos "sem vida politica", (leia-se militância) sou um profundo entusiasta e creio em sua capacidade de fazer mudanças. Embora não adepto da blogsfera, acompanho o Carraspana. Embora cansado, mesmo ainda novo, de esbarrar na parede sólida da hipocrisia e resistência a mudanaças, é meu o seu pesar e o seu contentamento. Embora te procure pela CARRASPANA campista, não te acho. Por onde andas amigo? Em qual bar catequizas atualmente?
...
É hora de ir embora..é hora de nos reencontrarmos com nós mesmos.
Abs