sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Assentamento Josué de Castro já conta com biodigestor da UENF, Campos - RJ.

Visita a Morro do Coco Biodigestor
Tanque contendo o biofertilizante, material que sobra da produção do biogás e que é usado na agricultura local (Foto: Alexsandro Cordeiro)
Equipamento, que transforma dejetos suínos em biogás e biofertilizante, pode gerar renda para os assentados
Já se encontra em funcionamento, no assentamento Josué de Castro, em Morro do Coco,  o biodigestor idealizado pela UENF para a geração de energia elétrica a partir da degradação de dejetos suínos. Aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e executado em parceria com as empresas Queiroz Galvão e Jordão Engenharia, o biodigestor foi apresentado na manhã da última quinta-feira, 04/12, pelo coordenador do projeto, professor Paulo Nagipe, do Laboratório de Ciências Químicas do Centro de Ciência e Tecnologia da UENF (LCQUI/CCT).
A principal finalidade do projeto é a geração de 25 KVA de energia para consumo interno (casas de bomba e iluminação). Um diferencial do biodigestor da UENF é o uso de glicerina (produto que sobra da produção de biodiesel) misturada às fezes suínas. A glicerina permite acelerar o processo, que normalmente demanda um período de dois meses, para apenas 20 dias. O resíduo da produção do biogás é utilizado como biofertilizante no próprio assentamento.
Segundo Nagipe, o projeto começou a ser implantado há cerca de dois anos, ao custo total de aproximadamente R$ 1 milhão. Agora, as 35 famílias que vivem no assentamento vão passar por capacitação para lidar com a suinocultura. Para o professor, trata-se de um minimodelo de reforma agrária: além de propiciar redução nos gastos com energia, o biodigestor vai permitir gerar renda para os assentados, não só
O professor Paulo Nagipe explicou o processo de produção do biogás
O professor Paulo Nagipe explicou o processo de produção do biogás (Foto: Alexsandro Cordeiro)
com a venda da carne como pelo aumento da produção agrícola devido ao uso do biofertilizante.
— Começamos do zero e passamos por muitas dificuldades até chegar aqui. Agora que a Universidade fez a sua parte, mostrando que o projeto é viável, esperamos contar com o apoio do poder público e de outras empresas para que ele possa ser ampliado. O mesmo processo pode ser utilizado para produção de energia a partir do esgoto doméstico — disse.
Na fase de laboratório, o projeto teve também o apoio da Usina Termoelétrica Norte Fluminense. Outros dois professores da UENF estão dando apoio ao projeto do biodigestor: Fábio da Costa Henry, do Laboratório de Tecnologia de Alimentos (LTA), especialista em processamento de carnes (que também participou da demonstração); e Rita Trindade, do Laboratório de Zootecnia e Nutrição Animal (LZNA), que atua na área de suinocultura.
Também estiveram presentes os engenheiros Wellington Rocha e Paulo Bastos, da Jordão Engenharia; o gerente técnico da Secretaria Municipal de Petróleo, Energias Alternativas e Inovação Tecnológica, João Batista Pessoa, além de estudantes e servidores da Universidade.
(ASCOM-UENF)

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