quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Lindbergh e Garotinho cortejam o PV no Rio para 2014


Assédio do PT e do PR vai de encontro, no entanto, aos planos do partido de reforçar velhas bandeiras e reunir a militância em torno de chapas puro-sangue

Fernando Gabeira em seu apartamento em Ipanema, Rio de Janeiro
Fernando Gabeira em seu apartamento em Ipanema, Rio de Janeiro (Eduardo Martino/Documentography)
Num ano em que pretende voltar a ocupar espaço de destaque entre os eleitores de esquerda, o Partido Verde, ainda sem nome definido para encabeçar a disputa pelo governo do estado do Rio, vem sendo cortejado para compor as candidaturas já em formação. Dos três nomes da corrida eleitoral precoce no estado, dois já procuraram os verdes, em busca de apoio. No fim de 2012, o senador petista Lindbergh Farias procurou integrantes do diretório estadual do partido para demonstrar a sua vontade de contar com os verdes na campanha. Este ano, Garotinho fez abordagens indiretas para sondar a possibilidade de a legenda caminhar junto com o PR em 2014.
A ideia de ser coadjuvante em 2014 é pouco atrativa para o PV no momento. Carente de definições para reanimar a militância que já teve, o partido prepara para este ano uma série de viagens de Fernando Gabeira, em uma versão ‘pro-sustentabilidade’ das caravanas de Lula pelo Brasil. Se o PV quer mostrar que tem propostas, tudo o que não precisa é aparecer em campanha com velhos nomes da política.
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Especificamente em relação ao deputado federal Garotinho, a união é tida como praticamente impossível nas fileiras do PV. Levantar bandeiras como descriminalização do aborto e das drogas é algo incompatível com a agenda de Garotinho, que tem forte ligação com o eleitorado evangélico.
A saída de Marina Silva se transformou na possibilidade de o PV voltar a falar grosso ao defender temas mais polêmicos. Marina, agora dedicada à formação de sua REDE Sustentabilidade, obrigou a campanha do PV a se acanhar em relação a assuntos que, no mundo todo, os verdes abraçam publicamente, como a descriminalização das drogas e do aborto.
Até que se desenhe melhor a corrida eleitoral no Rio, o PV vem mantendo a meta de lançar candidatura própria. A perspectiva de ter Fernando Gabeira na candidatura ao Palácio do Planalto põe o partido, no Rio, em uma situação nebulosa. Por enquanto, não há nome historicamente ligado às causas verdes que demonstre força para sustentar uma candidatura estadual. E o partido procura alguém “sem marca na política”, como diz o presidente do PV-RJ, Luiz Fernando Guida. Provavelmente, um nome ainda não filiado, mas capaz de levar para o eleitorado fluminense o novo rosto e as velhas ideias do PV.
VEJA - Cecília Ritto, do Rio de Janeiro

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