terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Resíduo de maracujá vira matéria-prima para cosméticos


Parceria com UENF e outras instituições rende prêmio a empresário


 
Sandro Reis ao lado de Suelen Regis
Uma bem-sucedida história de integração entre universidade e indústria acaba de ser reconhecida com o ‘Prêmio Brasil de Engenharia 2011’, na categoria ‘Profissional’, temática ‘Resíduos sólidos’. A empresa é a ‘Extrair Óleos Naturais’, de propriedade de Sandro Reis, que utiliza tecnologia desenvolvida na UENF para o aproveitamento das sementes de maracujá. 

A tecnologia - desenvolvida a partir das pesquisas de doutorado de 
Suelen Alvarenga Regis e Eliana Monteiro Soares de Oliveira, com orientação do professor Eder Dutra de Resende (LTA/CCTA) — permite separar completamente e de forma rápida as sementes envolvidas nas mucilagens e arilo — vesícula que contém o suco e que favorece o crescimento de micro-organismos. Esses materiais eram descartados como resíduos das indústrias de suco.

— A semente purificada e desidratada pode ser estocada por mais de seis meses, sem nenhum problema. Nessas condições, a prensagem permite a obtenção de um óleo mais puro, com melhor qualidade e um maior rendimento de extração — explica o professor Eder. Este óleo é utilizado como matéria-prima pela indústria de cosméticos, podendo ser incorporado a cremes, sabonetes e xampus.

‘Casamento’ - Inaugurada em 2009, em Bom Jesus do Itabapoana, Noroeste Fluminense, a fábrica é fruto de uma parceria entre a UENF, a Embrapa Agroindústria de Alimentos e a Pesagro, com financiamento da Faperj. O mais curioso é como tudo começou: decidido a montar uma fábrica do gênero, Sandro Reis buscou na internet informações sobre a cultura do maracujá e acabou descobrindo que o pesquisador 
Sérgio Cenci, da Embrapa (que mantinha colaboração com Eder Dutra de Resende), tinha praticamente a mesma ideia.  Daí surgiu o que Sandro chama de ‘um casamento perfeito’. 

 
Resíduo de maracujá vira óleo para indústria

O empresário passou dois anos estudando o assunto — da montagem do projeto até a inauguração da empresa. A Faperj investiu R$ 250 mil em três projetos, e o próprio Sandro investiu mais R$ 200 mil de capital próprio. Hoje a empresa compra sementes de fábricas de suco situadas no Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia. E vende o óleo extraído delas para empresas do Rio, São Paulo, Minas e até do Acre. Logo a empresa também vai fornecer para uma rede de hospitais dos Estados Unidos.

O Prêmio Brasil de Engenharia é concedido pelo Sindicato dos Engenheiros do Distrito Federal e Instituto Atenas de Pesquisa e Desenvolvimento – Brasil, com o apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Academia Brasileira de Ciências (ABC), Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA Brasil) e da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE). 

Saiba mais no 
Informativo da UENF.

Fúlvia D'Alessandri

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