quarta-feira, 14 de julho de 2010

Meninos da Rua Paulo, uma lembrança. Um momento de leveza...

Ah! O tempo, o tempo...
Meu retrato de criança,
como envelheceu.
(Lyad de Almeida)

Livros de minha infância...este féz parte da leitura para prova de literatura no ginasial da Escola Técnica Federal de Campos. Com certeza muitos companheiros irão se lembrar. Aos poucos quero reler a todos que me recordar. Saudades das mestras Maria Lúcia, Áurea, Glenda...

Novela juvenil escrita pelo jornalista e escritor húngaro Ferenc Molnár, publicada pela primeira vez em 1906. Foi traduzido para o português por Paulo Rónai.

A história relata as batalhas de pré-adolescentes em Budapeste, em 1889, que defendem seu playground, o “grund”, terreno baldio que usam como base de operações, brincar de clube, fingir participar de um exército, arremedar eleições e jogar péla. O “grund” é o império deles. Neste grupo havia também a Sociedade do Betume que colecionava o betume tirado de janelas de diversos lugares. Este devia ser mantido sempre molhado, por meio da mastigação, para que não endurecesse.

Uma turma de garotos de outro time, os “camisas-vermelhas”, declara guerra à Sociedade (não a da betume, mas sim como os meninos da Rua Paulo se auto-denominavam) e resolve tomar o local, pois apesar de terem uma sede no jardim botânico da cidade, não tinham um lugar para jogar péla.

As batalhas são feitas com “bombas de areia”, lanças(que só poderiam ser usadas para esgrima e não para atingir o adversário) e empurrões. Constantemente os garotos usam o termo “nacionalismo”, muito comum naquela época tanto na Hungria, como em toda a Europa.

Um dos garotos, Ernő Nemecsek, o único soldado raso do grupo e que havia ficado doente , é crucial para a vitória dos Meninos da Rua Paulo e morre poucos dias depois, vítima de pneumonia.

Após sua morte, os garotos são informados, por engenheiros, que naquele local será iniciada a construção de um edifício de apartamentos. A história termina com um toque de desilusão e desânimo.

O livro pode ter sido uma “sátira” sobre o nacionalismo europeu e uma premonição sobre a “Primeira Guerra Mundial”, que ocorreria poucos anos após sua publicação.

Nenhum comentário: