sexta-feira, 26 de março de 2010

Fugindo à regra: Menino de 14 anos e senhor de 61 estão entre os calouros da Uenf


UENF/ASCOM
Um acaba de sair da infância, outro já está aposentado. Juntos, os dois estão mostrando que a idade pode ser mero detalhe para quem gosta de estudar. Com apenas 14anos de idade, Bruno Barcelos Alves de Faria é o mais novo aluno do curso de

Licenciatura em Física, enquanto José Bittencourt Paes, de 61, é o aluno mais velho do curso de Ciências Sociais da Uenf. Nenhum dos dois, porém, se sente deslocado em meio aos jovens na faixa dos 20 anos de idade.

Para Bruno, chegar à Universidade foi uma verdadeira batalha. Não por falta de talento ou vontade, mas pela dificuldade de ter uma vida escolar normal. Considerado superdotado quando ainda estava na primeira infância, Bruno nunca conseguiu adaptar-se ao nível de ensino compatível com a sua idade. As trocas de escola eram frequentes, até quando sua mãe, Jorcinea Barcelos Alves, conseguiu fazer valer a Lei Federal 9.394, que permite a aceleração de séries às crianças com Q.I. acima da média.
- Depois de passar por inúmeras escolas, conseguimos que ele fizesse três séries (sexta, sétima e oitava) em apenas um ano, na escola Paulo VI. Cheguei a entrar na Justiça contra um colégio, porque ele não aceitava este sistema de aceleração do ensino, embora seja uma lei federal - conta Jorcinéa. A via crucis só terminou quando o Instituto Federal Fluminense (IFF) resolveu abraçar a causa de Bruno. Os três anos do ensino médio foram cursados na instituição.

Bruno conta que não precisou estudar para a prova do Enem, porque a matéria era 'muito fácil'. Nada absurdo para quem começou a ler sozinho aos quatro anos de idade e, aos cinco, já sabia contar até mil em inglês - mesma idade com que descobriu Einstein.

- Já naquela época decidi que queria ser físico como ele - afirma.

Casado e pai de uma psicóloga, José Bittencourt Paes trabalhava como técnico em eletrônica antes de se aposentar. Ciências Sociais é sua segunda graduação - a primeira foi na área de Engenharia Operacional. Ele conta que escolheu a Uenf por ser a Universidade mais próxima de sua residência, em Macaé (RJ), e que foi muito bem recebido 'pela galera'.

- Sempre gostei da área de Ciências Sociais, mas ainda não sei se vou seguir carreira nesta área. O futuro a Deus pertence. Só o que sei é que quero viver com saúde até uns 100 anos - diz José, que ficou 24 anos sem estudar e resolveu tentar o curso para 'exercitar a mente'

Um comentário:

Anônimo disse...

Grande postagem!
Hélio