terça-feira, 16 de julho de 2013

Jornalista se indigna com a proibição de trabalhadoras atuarem no centro de Campos - RJ

Os ambulantes proliferam em sociedades injustas e sem oferta de emprego
Dentre tantos equívocos praticados pelo governo municipal de Campos dos Goytacazes, mais um é registrado pela jornalista Rose David: a proibição de mulheres venderem chips e cartões recargas das operadoras de celular no centro da cidade, mais especificamente no Calçadão da cidade.
O governo que proíbe é o mesmo que destruiu uma praça no complexo arquitetônico do centenário Mercado Municipal para ceder lugar a um camelódromo na primeira fase desta demoníaca dinastia, atravancando o trânsito e ocultando o próprio mercado em uma das suas laterais. É o mesmo governo que faz das praças da cidade moeda de troca eleitoral, contruindo quiosques e dando aos seus cabos eleitorais e apadrinhados.
A inversão de valores na cidade virou prática. Quem foi eleito para servir, se serve do que é público para ampliar suas ambições de poder.
Abaixo o texto de revolta postado na rede social por uma das mais observadoras jornalistas de Campos:

Tô pensando em quê, Mr. Face? Te digo no pé da sua "zureia": há certas coisas que fogem à minha compreensão. Entendeu não, Mr. Face? Te explico, danadinho: há poucos dias tenho sentido um silêncio sepulcral no Calçadão.

Não tenho ouvido as vozes costumeiras das moças que vendem chips de operadoras de celulares. Onde foi parar a moça do "Chip da Vivo, da "Craro", da Tim, recarga cinco "real"?

Descobri enquanto tomava um cafezinho no Calçadão e, sem poder evitar, ouvi o papo de três revendedoras desses chips que também tomavam seus cafezinhos.

Resumo da ópera, Mr. Face, as vendedoras de chips foram enxotadas do Calçadão desde a quarta-feira passada, por fiscais da Postura. Estão proibidas de atuar no Centro da cidade. Segundo a conversa entre elas, nem mesmo com a blusa das operadoras elas podem transitar pelo Calçadão. Isso pode??? E eu que achava que a gente vivia em uma cidade livre, democrática, que garantisse aos seus cidadãos exercerem o direito de ir e vir, desde que não andem pelados.

As vendedoras são mulheres jovens, solteiras, casadas, de meia idade, mães e até avós, que têm neste serviço o sustento de suas famílias. Passavam horas em pé para alcançar suas metas de vendas.

Confesso a vocês: me doeu ouvir uma delas comentar o caso de uma outra colega, que estava tentando conseguir 50 reais (isso mesmo, 50 reais) emprestados com as amigas do Calçadão e que, se não conseguisse, teria de recorrer a um agiota. Pegar 50 reais com um agiota, meus amigos! Dá pra imaginar o desespero e a necessidade dessa pessoa, cujo meio de sobrevivência lhe foi tirado desde quarta-feira passada?

Que porra de cidade é esta, Mr. Face, onde fiscais de postura - provavelmente contratados sem concurso e com suas boquinhas garantidas pela municipalidade - agem de forma tão antipática, aviltante?

De que tipo de pessoa parte uma ordem dessas?

Não há coisas mais importantes pra se fazer nesta cidade não, é? 

Um comentário:

Anônimo disse...

vcs precisam unificar as ideias, os discursos,pois confundem a gente. reclamam que nao agem e quando agem reclamam. ???? dias desses estavam falando que tinha que tirar, pois é proibida a venda de chip deste jeito. e ainda postaram foto de ambulantes (em frente ao Ponto Frio no Calçadção) vendendo relogios e reclamando que o pessoal da postura aparecia na foto e nao fazia nada. quando fazem reclamam? não entendi