segunda-feira, 29 de julho de 2013

inquisição: uma outra



Inquisição:

Por sermos duas metáforas novas, frescas, gostosas, desoprimidas e sem qualquer pseudo complexo de fidelidade é que estamos aqui em brazilírica pereira, por sugestão da uilcona biúka diante desta outra inquisição. Não, ainda não fomos apresentadas a lady federika bezerra. Mas, a conhecemos pela sua fama internacional de porta/bandeira. Macabea não pode se sentir frustrada pela nossa decisão de estarmos aqui neste confessionário. primeiro porque não temos, e nunca tivemos nenhum compromisso com ela. Segundo, é que alinhamos em outra frente liberal, e desfrutamos de todo direito de ir e vir, ter e dar prazer, gozar da forma que melhor nos convir. sexo? É uma opção de gosto mesmo. até no palco por quê não? irônicas? sim, nosso mestre serAfim nos ensinou que do sarcasmo nasce a grande arte. mas o importante é que nós metáforas não precisamos estar somente em entre/linhas, estamos também nas entre/tuas, entre/minhas, e não se trata de traição, procuramos fazer algo diferente, por exemplo, do que já vimos em filmes de godard, construídos em larga medida só com citações e referências. apoiamo-nos nas coplagens como elementos básicos para ultrapassá-los e transcende-los. Agimos como uma espécie de conspiradoras conscientes dos bens culturais e materiais que nos pertencem como patrimônios da humanidade.


Inquisição uma outra

não deveria, portanto, macabea vociferar aqui sua ira, acusando-nos veladamente de traidoras, sem assumir de fato em atitude pública a destilação desse veneno como palavra que não entra em cena.

as belas letras, para nós, começaram através das letras belas, narcisas pelos próprios nomes: metáforas, e por fidelidade a federika não traímos macabea, apenas não fazemos parte de uma mesma concepção de que a palavra parte, e as letras que pretendemos belas não são simplesmente nossas, muito menos dela. podemos constatar com gratidão que emergiram das lendas, fábulas, crônicas e contos, poemas de uma visão de mundo bem nítida e pessoal. 

Talvez, quiçá, quem sabe única reflexão de ruidurbanos, restos de gravuras e resíduos tipográficos. ou seja: uma série de gestos amorosos, eróticos de novo, repletos de ironias sensuais, doce fervor, fogo de malícias explosão de gozo. por sinal, diga-se de passagem, que essas dimensões éticas, jurídico-morais, nunca nos interessaram. nossas relações com a propriedade privada, em todas as suas formas e cristalizações históricas, sempre foram tranquilas e sem remorsos.

Artur Gomes
In Brazilírica Pereira: A Traição das Metáforas

Nenhum comentário: