segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Campos não tem política de arborização nestes tempos de aquecimento e pode sim ser mais fresca!

Há pouco menos de um ano, duas casas foram demolidas na rua Álvaro Tâmega, pouco antes da Formosa, para ceder espaço a dois novos empreendimentos imobiliários. Prédios mesmo! Um com 12 e outro com 9 andares. Sem falar nos andares destinados às garagens e lazer.
Da janela assisti à brutal escavadeira destruir não apenas as duas casas, mas arrancar árvores depois de esmurrá-las de um lado para o outro. Me tocou mais um belo cajueiro que florava para em seguida se vergar pelo peso dos frutos.
Não sei qual a contrapartida para estas ações, até porque a Prefeitura anunciou, através da Secretaria de Meio Ambiente, que retiraria tocos de árvores e árvores doentes e plantaria novos exemplares. O que não consegui registrar. Muito pelo contrário, na calçada de uma casa localizada na rotatória da mesma Álvaro Tâmega, em frente a um ponto comercial atualmente fechado, os tocos foram retirados e o proprietários (salvo engano, Benedito Marques, provedor da Santa Casa) fizeram uma calçada nova sem deixar os espaços destinados às novas mudas.
Falando ainda deste raio que não passa de 100 metros, há cerca de cinco meses a Pracinha do Sossego perdeu uma centenária árvore que adoeceu, foi retirada, mas nenhuma outra foi plantada em seu lugar.
Ora, ora...é lógico que os prédios que brotam feito tiririca em Campos, prioritariamente na zona da Pelinca, impedem a circulação livre dos ventos. As ruas ficam mais abafadas, principalmente pela carência das sombras das árvores. Exatamente a prática de se tirar mais que plantar, ou melhor, sem plantar.
Este calor infernal que ocorre em Campos pode ser, sim, minorado. Além da adoção de uma política séria de arborização urbana, poderíamos ter vários bosques no entorno da cidade, abrigando MILHARES de árvores. Uma iniciativa como esta poderia contar com a parceria, por exemplo, da SOS Mata Atlântica, entre tantas outras.
Vale lembrar que há cerca de 15 anos ajudamos a criar a Corrente Verde, um movimento com meia dúzia de amigos que saiam aos finais de tarde plantando e protegendo mudas pela cidade. Foram mais de 15.000 em cerca de dez anos de ação. Aquela pracinha na rua Formosa com Felipe Uébe era antes barro só. Plantamos ali até palmeira imperial e pau-brasil. Hoje, ficar naquele local é mais agradável do que em sala com ar condicionado!
Mas creiam: não tínhamos mais como produzir mudas (o que era feito através de coleta de sementes cultivadas num espaço cedido pelo Zezé Demaco). Recorremos à Secretaria Municipal de Agricultura, mas tivemos negadas as mudas. No juízo medíocre daquele secretário, estávamos disputando com o poder público e, assim, fazendo o que ele deveria fazer. Nunca fez. Outra Secretaria gastou os tubos com protetores ineficientes para proteger arbustos que deveriam estar em jardins, porém foram considerados árvores. Disse ineficientes porque existe uma especificação para se fazer protetores. Estes devem oferecer condições similares às matas, além, é claro, de proteger de animais e vândalos.
Envolver a comunidade para estas ações é fundamental.
Em tempo: plantem flores em nossos jardins (que jardins, cara pálida?!?!?)

Nenhum comentário: