terça-feira, 29 de setembro de 2009

Um caminhar distante

Realmente o último domingo foi um dia muito diferente! Durante quase toda a semana o trabalho se multiplicava para prepará-lo. Ainda na véspera muito mais o que fazer. Por fim, acordar às cinco da matina para partir para o Rio.
Motivação: "passear" do início do Leblon ao Leme para gritar sobre a necessidade de o Brasil se comprometer com a diminuição da emissão de carbono.
É a possição que esperamos que o governo brasileiro assuma entre os dias 7 e 21 de dezembro em Copenhagen.
Tudo bacaninha. Estrada livre. mas... um sol escaldante!
Logo ao sair do Rebouças pude, pelo trânsito difícil, imaginar a orla. Praias lotadas e eu ali com a minha tarefa, junto aos milhares de companheiros. A concentração já estava rufando. Desde a convidada especial, Marina Silva, aos anônimos como eu que chegávamos era alegria só.
Eis que começamos a marchar por volta do meio-dia. O povo deixava a areia para aplaudir o movimento.
A cada 100 metros procurava abrigo, embora protegido pela minha bandeira tamanho casal.
A cabeça começou a retroceder no tempo. Quantas vezes saimos de Campos para o Rio junto aos amigos para reivindicar...
Ônibus velho, caindo aos pedaços para o Comício das Diretas, Já. Caminhar da Central ao Flamengo para protestar contra a demolição do prédio da UNE. Manifestações e mais manifestações na Cinelândia (ou no Amarelinho, sei lá?...). Tudo era aparentemente fácil...
O que estava diferente neste neste domingo?...
Olhei pra garotada com as latinhas de cerveja e tive medo de ir ao quiosque fazer o mesmo, afinal
me preparei para caminhada com um coquetel de energéticos feito de diovan 360, sustrate, besilato de anlodipino, atenolol 50, xantinon (porque não sou bobo) e um complexo b.
Sigamos. Concentre-se nas palavras de ordem! Que nada!... quem consegue se concentrar com dor no ciático, um calor de furar panela de zinco e uma vontade doida de dar um mergulho?
Noutros tempos daria uma corridinha ao mar, me refrescaria e voltaria novo para a "tarefa" -que coisa passada!!!
Decidi: No próximo quiosque vou abrir os trabalhos. E fiz. Só na terceira latinha percebi que a caminhada já estava longe. Como foram importantes aqueles minutos comigo! Senti saudades. Me vi naquelas areias nas décadas de 70,80 e 90. Mas o que mais me tocou foi o fato de ter a consciência de que o tempo passou e, embora com muita vontade na alma, o corpo hoje com pouco mais de 50, não me permite mais certos desafios.
Mas valeu o esforço. Alcancei novamente o grupo e concluí a TAREFA.
Parabéns a todos, em especial aos companheiros de Campos.
Foi um domingo que me rejuveneceu.

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