quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Medalha e comenda para o professor Constantino



Um dos fundadores da Associação dos Docentes da Universidade Rural (Adur), em 1979, o servidor da UENF Antonio Constantino de Campos está entre os agraciados com a Medalha do Centenário conferida pela UFRRJ, da qual é professor aposentado. Outras duas personalidades da UENF foram contemplados: os professores Ary Carlos Xavier Velloso e Raimundo Braz Filho.

O centenário das origens da UFRRJ faz alusão à criação da ESAMV (Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária), em 1910, por decreto do presidente campista Nilo Peçanha. As comemorações estão ocorrendo em diversas ocasiões. Constantino recebeu a sua Medalha - ao lado da Comenda do Mérito Universitário, pela contribuição ao desenvolvimento da instituição e ao movimento docente - no Dia do Servidor Público (28/10). Já Ary Velloso receberá a Medalha em 16/12.

Segundo a vice-reitora da UFRRJ, professora Ana Dantas, as distinções concedidas leva em conta a contribuição 'emblemática' de Constantino para o fortalecimento da 'universidade pública, gratuita e de qualidade' durante o período de repressão política do regime militar instaurado em 1964, especialmente após o A.I. 5, de 1968.

A professora Nidia Majerowicz, decana de Ensino de Graduação da Rural, foi aluna de Constantino na disciplina de Fisiologia Vegetal, da qual foi monitora. Para Nidia, uma marca daquele convívio foram as longas conversas sobre a história recente do país e o significado político e social dos acontecimentos, sem falar nos 'inesquecíveis causos de sua querida Poconé', cidade natal localizada no Mato Grosso.

- Ele foi um paciente mestre que sempre me incentivou e abriu a nossa formação para os temas do país e da humanidade, uma grande escola de cidadania e compromisso com uma sociedade justa e democrática - diz a professora.

'Alto custo' - Para Constantino, a oportunidade de participar do movimento sindical num contexto tão adverso foi uma 'verdadeira escola'.

- Aprendemos ali que a defesa do interesse da categoria não entrava em choque com o interesse da instituição e da própria sociedade brasileira, muito pelo contrário. Mas o aprendizado teve um custo muito alto - explica.

Ainda estudante, Constantino foi afastado sumariamente da Universidade em 1964 e teve o então reitor, Ydérzio Luiz Viana, como 'companheiro de cela'. Mais tarde, já em meados da década de 1970, foi impedido de obter autorização para sair do país e cursar doutorado na Universidade da Califórnia, onde já estava matriculado e tinha casa alugada.

ascom-uenf

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