domingo, 1 de abril de 2012

Boteco: a realidade campista.



Há não muito tempo, a sociedade campista era quase que dividida. Nos clubes sociais, as distintas faixas se encontravam para dividir os seus tempos de ócio. Dependendo da agremiação, podia-se perceber a rodinha de cada um. Os que se julgavam mais-mais, trancavam-se nas suas mansões, ou mesmo partiam para os clubes e programas no Rio aos finais de semana.
Os clubes já não oferecem o mesmo glamour. As mansões, aos poucos se transformam em  prédios de luxo. Os ricos de ontem já não têm o mesmo poder capital para manter apartamentos no Rio e fazer festas nos finais de semana. Os ricos de hoje... bem,  estes, comumente, são oriundos das novas transações que advêm das laboriosas verbas dos royalties. Portanto, novatos na lida com o dindim, que se satisfazem com a reforma de suas casas e na aquisição de carros de aparência larga, pois assim dizem para os seus vinzinhos e para a sociedade, de modo geral: cresci. Na verdade, só na conta bancária, pois a cabeça - a pequenez no pensar – e o “palafrágio” são os mesmos. Tristeza só!
Os bares e restaurantes transformaram-se nas grandes passarelas de Campos. Uma Campos aparentemente mais democrática, penso. Alguns falam “tolerante”.  Fico feliz em ver juntos e misturados muitos pensamentos e personalidades das mais diferentes origens, sendo que  antes seria inimaginável vê-los dividir o mesmo ambiente e ar. Afinal, o tempo passou. Os filhos de eventuais adversários de ontem se encontram nas salas de aula, tornam-se amigos... E estes, filhos de tempos mais livres e desencanados, nada têm com o passado do qual não fizeram parte. É sim um novo tempo, queiramos ou não.
O que o Rio de Janeiro sempre ensinou para o mundo ainda está chegando aqui: o Botequim é o Templo da Democracia. 

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