Há não muito tempo, a sociedade campista
era quase que dividida. Nos clubes sociais, as distintas faixas se encontravam
para dividir os seus tempos de ócio. Dependendo da agremiação, podia-se perceber
a rodinha de cada um. Os que se julgavam mais-mais, trancavam-se nas suas
mansões, ou mesmo partiam para os clubes e programas no Rio aos finais de
semana.
Os clubes já não oferecem o mesmo
glamour. As mansões, aos poucos se transformam em prédios de luxo. Os ricos de ontem já não têm
o mesmo poder capital para manter apartamentos no Rio e fazer festas nos finais
de semana. Os ricos de hoje... bem, estes, comumente, são oriundos das novas
transações que advêm das laboriosas verbas dos royalties. Portanto, novatos na
lida com o dindim, que se satisfazem com a reforma de suas casas e na aquisição
de carros de aparência larga, pois assim dizem para os seus vinzinhos e para a
sociedade, de modo geral: cresci. Na verdade, só na conta bancária, pois a
cabeça - a pequenez no pensar – e o “palafrágio” são os mesmos. Tristeza só!
Os bares e restaurantes
transformaram-se nas grandes passarelas de Campos. Uma Campos aparentemente mais
democrática, penso. Alguns falam “tolerante”. Fico feliz em ver juntos e misturados muitos
pensamentos e personalidades das mais diferentes origens, sendo que antes seria inimaginável vê-los dividir o
mesmo ambiente e ar. Afinal, o tempo passou. Os filhos de eventuais adversários
de ontem se encontram nas salas de aula, tornam-se amigos... E estes, filhos de
tempos mais livres e desencanados, nada têm com o passado do qual não fizeram
parte. É sim um novo tempo, queiramos ou não.
O que o Rio de Janeiro sempre
ensinou para o mundo ainda está chegando aqui: o Botequim é o Templo da
Democracia.
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