Educação pública: UENF põe a mão na massa
Universidade adere a programa federal de formação de professores, monta laboratórios em escolas e qualifica quem está em sala de aula
A UENF entrou definitivamente na luta para melhorar a qualidade do ensino básico oferecido na rede pública em Campos e região. Para responder ao desafio de qualificar os professores - um dos pontos cruciais para a melhoria do ensino -, a Universidade aderiu a um programa federal e está admitindo em cursos de licenciatura, sem vestibular, professores que não têm formação superior na área em que atuam. Os convocados para o curso de Licenciatura em Pedagogia devem se matricular segunda e terça, 09 e 10/08, na Pró-Reitoria de Graduação da UENF. Confira a lista de convocados.Universidade adere a programa federal de formação de professores, monta laboratórios em escolas e qualifica quem está em sala de aula
Paralelamente, pesquisadores de diferentes áreas estão captando recursos em agências de fomento, sobretudo a Faperj, para implantar laboratórios de ciências em escolas públicas de Campos. Como mostra reportagem publicada na última edição da revista Nossa UENF, pelo menos cinco escolas públicas estão interagindo com a Universidade na montagem e funcionamento de laboratórios para aulas práticas aos alunos. Quatro delas são estaduais: o Colégio Benta Pereira, em Guarus; o Dr. Sylvio Bastos Tavares, no Parque Rosário; o Liceu de Humanidades de Campos, no Centro; e o Ciep da Lapa. A outra é a escola municipal José do Patrocínio, no bairro da Penha.
O cientista Renato Augusto DaMatta, que tem pós-doutorado na Washington University of Saint Louis, nos Estados Unidos, é um dos pesquisadores da UENF engajados neste esforço. Graças a um projeto aprovado pela Faperj em 2008, DaMatta e colaboradores puderam abrir duas frentes de atuação. No colégio Benta Pereira, somaram forças com a direção da escola e promoveram a reforma e adaptação de dois vestiários para funcionarem como laboratórios. Os equipamentos já tinham sido adquiridos com recursos da Secretaria de Estado de Educação. No colégio Dr. Sylvio Bastos Tavares, os recursos da Faperj captados pela UENF permitiram a compra dos equipamentos e reforma de uma sala de aula.
- É uma parceria muito boa. Sem ela, não teríamos condição de realizar nosso sonho do laboratório para aulas práticas - diz a diretora do Benta Pereira, Beatriz Diniz.
Em março deste ano, a Faperj aprovou mais três projetos da UENF voltados para esta área. Um deles é coordenado pela pesquisadora Antonia Elenir Amâncio de Oliveira, que participou dos estudos pioneiros da UENF sobre a presença de insulina em plantas. O projeto prevê a implantação de um laboratório de ciências no Ciep Nilo Peçanha, na Lapa, onde os graduandos da licenciatura em Biologia da UENF fazem estágios supervisionados. O segundo projeto - coordenado pela pesquisadora Maria Eugênia Ferreira Totti, que acaba de ser aprovada em concurso público para docente do Centro de Ciências do Homem (CCH/UENF) - será desenvolvido na Escola Municipal José do Patrocínio. Haverá montagem do laboratório e capacitação dos professores de todas as áreas. E o terceiro, do próprio Renato DaMatta, vai revitalizar o laboratório de ciências do Liceu de Humanidades de Campos.
Direitos Humanos entram na pauta
Conhecimento técnico é fundamental, mas educar é bem mais do que adestrar. Por isso a UENF se embrenhou em um grande esforço para capacitar os professores da rede pública a lidar com o tema dos direitos humanos. A iniciativa, desenvolvida em articulação com as seis Coordenadorias de Educação do Norte e Noroeste Fluminense, foi contemplada, em dezembro de 2008, com o Prêmio Nacional de Educação em Direitos Humanos.
Com início em 2006, o projeto tem capacitado os professores a discutir temas controversos como discriminação, preconceito, violências verbais e violência social. Ao longo deste período, os trabalhos envolveram pelo menos 1,2 mil profissionais da educação de 22 municípios da região.
Os trabalhos continuaram em 2009, primeiro com verba federal e depois com recursos da própria UENF. Neste momento, a coordenação do projeto, na Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários, aguarda a definição do mecanismo legal apropriado para contratação da equipe que vai dar continuidade aos trabalhos.
(ascom/uenf)
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