Não sejamos ingênuos. É claro que a campanha do Movimento Passe Livre, com pouco mais de 40 membros e com base em São Paulo, iniciou uma luta própria naquela capital, porém as proporções geradas pelo seu eco e o próprio povo nas ruas fizeram despertar o engasgo de décadas no brasileiro de todos os matizes.
Foto de Diomarcelo |
Continuar falando - a quem interessa - que "o movimento em Campos é de apoio às manifestações do Rio e de São Paulo" é ridicularmente tentar tapar o sol com a peneira. Incontestavelmente o movimento tomou caráter localizado nas várias cidades e capitais do país. Sempre com um foco principal que está muito claro: Basta de corrupção!
Nós que sempre questionávamos o povo brasileiro e, principalmente, o campista por se deixarem levar pela mídia que desvia a atenção dos grandes focos que influenciam nossas vidas, temos que aplaudir essa ressuscitação dos jovens. Temos o dever de apoiá-los e orientá-los a gritar com ordem e respeito às coisas da República e da Democracia. Ora, que retrocesso pensar numa peste como a PEC 37, que quer impedir o Minitério Público de investigar crimes! O Ministério Público, quando cumpre as suas funções institucionais, é indispensavel à Democracia, e que bom ver jovens postando cartazes contra este absurdo.
Em Campos não foi um movimento apenas de apoio ao Rio e São Paulo. Mas, principalmente, um NÃO RETUMBANTE ao desperdício do dinheiro público e às péssimas condições nas diversas esferas municipais. As fotos que ilustram este texto refletem o que escrevo.
Este cadeirante é de Campos |
Protestos contra obras como a maquiagem do Canal Campos-Macaé, do Cepop etc estavam estampadas em cartazes e presentes nos gritos de ordem. Os desmandos na educação, na saúde, o transporte ínfimo e humilhante para o usuário, a segurança, a desordem urbana, o desprezo por que passa a zona rural campista, entre ínúmeras outras queixas, eram debatidas em rodas variadas entre os manifestantes. Foi uma ampla Conferência a céu aberto, onde várias câmaras surgiam a cada momento. Esta é a realidade!
Esta jovem não está na Paulista nem na Rio Branco |
Há sim uma grande parcela da população calada pelas benesses da política local, mas encontrei jovens que se envergonham por seus pais viverem à margem de benefícios oficiais ou oficiosos que funcionam como cooptação política-eleitoral. E não concersei apenas com jovens cujass famílias recebem vale isso ou vale aquilo. Conversei com filhos de quatro grandes nomes do estafe municipal.
Vamos combinar: nem tudo está perdido!
Esta resume a política local: lutar por eles ou se fuder. É a regra imposta |
-Imagens surrupiadas do Diomarcelo e da Jane Nunes, via http://www.estouprocurandooquefazer.com/-
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