Auxiliadora Freitas
O processo de ensinar e aprender é fundamental para o desenvolvimento e perpetuação da espécie humana. Quando o professor capta a dimensão dessa importância ele muda seu comportamento em sala de aula.
O conhecimento dos processos biológicos, neurológicos e culturais que levam o ser humano a aprender é fundamental para o professor desenvolver melhor o seu papel, ajudando-o a entender também sua importância para a história da humanidade.
Por uma falha sistêmica, quem ensina não tem noção de como se aprende. A maioria dos professores estudou numa estrutura escolar que tinha espaços definidos, que exigia atenção contínua e linear. Foi alvo de avaliações que só serviam para classificar os alunos em bons e maus.
A antropologia, a neurociência e a psicologia estão nos ensinando que todos são capazes de aprender, mas revelam que isso não pode ocorrer em qualquer circunstância. Se o professor souber como funciona a atenção e a memória nas diversas fases da vida da criança, com certeza vai ensinar melhor.
A aprendizagem está ligada ao processo de desenvolvimento biológico. A evolução é determinada pela genética da espécie e a sua interação com o ambiente promove o desenvolvimento do ser humano. Nosso cérebro demora 20 anos para amadurecer. Por isso, a criança faz atividades que interessam ao amadurecimento.
Com os adultos, o processo de aprendizagem é diferente. Com o passar do tempo, os hormônios passam por transformações que afetam os processos da memória. Por isso sabemos que os adultos aprendem mais lentamente, mas precisam aprender sempre. Assim todos somos eternos aprendizes.Quando o professor se percebe como indivíduo em contínua aprendizagem, ele muda a sua relação com o saber, mas ele precisa também voltar a ser aluno para aprender a ensinar por outra perspectiva.
A atuação do professor ao ensinar deve ter a perspectiva e a dimensão de que a escola é o lugar da ampliação da experiência humana, o lugar onde gente como ele constrói conhecimentos, com o uso de diversas linguagens e da imaginação e que o conhecimento formal não nasce caoticamente, espontaneamente, mas de forma sistematizada. Assim o professor se torna um instrumento fundamental no processo antropológico de ensinar.
Esse tipo de conhecimento, de paradigmas irá certamente interferir na elaboração do currículo, na decisão do conteúdo e na maneira de ensinar. Existem muitas coisas que se aprende fora da escola, mas outras, só no ambiente de ensino, com a mediação de um ser mais experiente da espécie, que é o professor.
A função da escola é preocupar-se com a formação humana e o aprendizado só ocorre quando são realizadas atividades como estudo, registro, pesquisa. Sem isso a criança não constrói conhecimento. Por isso é preciso ter muito cuidado com o modismo. Trabalhar só por projetos, partir da realidade do aluno e tudo isso que hoje se entende como o caminho do novo na educação pode levar a escola a reproduzir apenas o que a criança e o jovem já aprenderam fora da escola.
Secretária de Educação de Campos
terça-feira, 17 de março de 2009
segunda-feira, 16 de março de 2009
A bem da verdade
A não postagem de "Quem quer transparência..." seria uma covardia de minha parte depois de ter lido o texto do Dr. Orlando Sá em seu blog "Xô Hipocrisia" (que sabe a fundo o que diz) e outros diversos comentários em A Trolha bem como em tantos outros veículos.
Prato cheio para Cleber Tinoco em seu CAMPOS EM DEBATE - vamos ver a Lei 8069 (13.07.90) E.C.A. funcionar?
Inté,
Prato cheio para Cleber Tinoco em seu CAMPOS EM DEBATE - vamos ver a Lei 8069 (13.07.90) E.C.A. funcionar?
Inté,
Quem quer transparência...
Pedi a minha esposa para tornar público um documento familiar que ainda entregarei amanhã para satisfazer, mais uma vez, as exigências da prefeitura no que concerne à concessão, ao melhor, continuidade da concessão das bolsas do fundamental que envolvem minha família.
Elas foram concedidas após cumprirmos as orientações instituidas na época.
Temos que cortar na própria carne se lutamos por dias mais claros.
Isto é só o início!!!
joca
............................................................................................................................................
professora Maria Auxiliadora Freitas
Ilma. Secretária Municipal de Educação de Campos dos Goytacazes
Vimos requerer a revisão do processo de concessão de bolsas referente a Carina D’Alessandri Muylaert e Poema D’Alessandri Muylaert, nossas filhas, mediante os seguintes argumentos:
1- A renda familiar comprovada através de contra-cheque no período de recadastramento não ultrapassa o valor divulgado para a obtenção de cada bolsa: R$ 2 mil.
2- Para duas bolsas, a renda deveria ultrapassar R$ 4 mil, o que não é o caso.
3- Conforme declarado no recadastramento o pai das crianças não possui renda no momento.
4- Por orientação da escola, as crianças iniciaram o ano letivo junto com os demais alunos da escola, em 09/02/09, mesmo sem uma posição da Prefeitura em relação ao recadastramento.
5- Desta forma, vêm estudando regularmente há mais de um mês, estando, inclusive, nesta semana, iniciando o período de avaliações.
6- Para tanto, cumprimos todo o procedimento de matrícula, o que incluiu o pagamento do mês de janeiro (que a bolsa não cobre) e apostilas (feitas pela própria escola), além do material escolar necessário para o início das aulas. Isso significou um dispêndio de cerca de R$ 2.800 (dois mil e oitocentos reais). O pagamento foi dividido em uma entrada de R$ 1.000 (mil reais) e três parcelas de aproximadamente R$ 600.
7- Cabe ressaltar que a entrada de R$ 1.000 só foi possível porque a mãe economizou uma parte do décimo-terceiro salário justamente com esta finalidade. As parcelas restantes só terminam de ser pagas em abril.
8- Além destes gastos, foram comprados uniformes novos, uma vez que os antigos já não cabiam mais nas crianças. Foram gastos na loja Safile R$ 170.
9- Por falta de dinheiro, não foram feitos gastos supérfluos, como por exemplo, tênis novos ou mochilas. Todo o material do ano passado está sendo aproveitado, na medida do possível, já que a renda da família está escassa.
10- Não temos condições econômicas de arcar com os custos da mensalidade de três crianças na referida escola, cujas mensalidades estão na faixa dos R$ 400 – realidade que se repete nas demais escolas próximas a nossa residência.
11- Além disso, não há mais vagas na única escola pública próxima a nossa residência, Escola Municipal Jacyr Barbeto. Estivemos lá na segunda-feira, 16/03, e fomos informados de que só há vagas até a quarta série (nossas filhas estão na sexta série).
12- Cabe ressaltar, ainda, que nossa terceira filha, que não era bolsista, possui um desconto em sua mensalidade, em virtude do fato de ter mais duas irmãs estudando na escola. O que, certamente, não será mantido caso as outras duas venham a sair da escola.
13- A família não possui sequer um veículo, mais simples que seja, para levar as crianças para estudar em uma escola mais longe. Portanto, teria que arcar com os custos do transporte escolar (que não fica abaixo de R$ 100 por criança).
14- Mas a questão não é só financeira, infelizmente. Uma mudança de escola justamente agora, em que elas se encontram já perfeitamente integradas neste ambiente escolar – inclusive já arcando com trabalhos para nota e avaliações – representaria um grande transtorno psíquico para elas (desde sábado elas se perguntam por que seus nomes não estão na lista, enquanto o da maioria de seus colegas continua lá, uma vez que não se acham em melhores condições financeiras que nenhum deles, muito pelo contrário!)
15- Problemas financeiros podem até ser contornados. Mas problemas psíquicos, numa fase da vida em que justamente estamos formando nossa base emocional, são muito mais problemáticos e podem deixar marcas para o resto da vida.
Solicitamos resposta na maior brevidade possível, haja vista os transtornos já registrados no seio da nossa família.
Por último, soubemos informalmente que a Escola João XXIII não pretende renovar o convênio com a Prefeitura Municipal de Campos pelo valor por esta estipulado. Por entendermos que a celeuma partiu de novas regras e entendimentos unilaterais do Executivo Municipal, rogamos seja apresentada concomitantemente uma solução não só para a minha família, como para as outras centenas, deste inusitado acontecimento envolvendo crianças e adolescentes.
Propaga-se que a municipalidade conseguiu só na programação do Farol de São Tomé uma economia em torno de R$ 6 milhões, fora outras amplamente anunciadas na imprensa, tendo como base a página oficial da PMCG. Como leigos em administração e finanças, mas vítimas de uma situação involuntária em que fomos envolvidos, indagamos: não seria de bom alvitre redirecionar as economias do lazer e da diversão (sem deixar de lado o reconhecimento da importância econômica do turismo) para sanar este impasse educacional que envolve, como já dissemos, centenas de crianças e adolescentes?
Aproveito para pessoalmente, eu, pai, registrar minha agonia em não saber que critério objetivo discriminou a não continuidade das bolsas das minhas filhas, bem como saber, com total transparência, a mesma avaliação e também critério objetivo para os alunos que continuaram contemplados.
Conhecedores de vossa luta pelo desenvolvimento do ensino e da educação em nosso município, da maneira democrática e dedicada que a senhora tem demonstrado em tornar transparente os atos dessa SMEC junto à opinião pública, aguardamos, como outras centenas de pais, e Campos de uma maneira geral, resposta às nossas indagações. Ou a Faixa de Gaza é aqui?
Jorge Luís Muylaert
Fúlvia Maria D’Alessandri Muylaert
17/março/2009
Elas foram concedidas após cumprirmos as orientações instituidas na época.
Temos que cortar na própria carne se lutamos por dias mais claros.
Isto é só o início!!!
joca
............................................................................................................................................
professora Maria Auxiliadora Freitas
Ilma. Secretária Municipal de Educação de Campos dos Goytacazes
Vimos requerer a revisão do processo de concessão de bolsas referente a Carina D’Alessandri Muylaert e Poema D’Alessandri Muylaert, nossas filhas, mediante os seguintes argumentos:
1- A renda familiar comprovada através de contra-cheque no período de recadastramento não ultrapassa o valor divulgado para a obtenção de cada bolsa: R$ 2 mil.
2- Para duas bolsas, a renda deveria ultrapassar R$ 4 mil, o que não é o caso.
3- Conforme declarado no recadastramento o pai das crianças não possui renda no momento.
4- Por orientação da escola, as crianças iniciaram o ano letivo junto com os demais alunos da escola, em 09/02/09, mesmo sem uma posição da Prefeitura em relação ao recadastramento.
5- Desta forma, vêm estudando regularmente há mais de um mês, estando, inclusive, nesta semana, iniciando o período de avaliações.
6- Para tanto, cumprimos todo o procedimento de matrícula, o que incluiu o pagamento do mês de janeiro (que a bolsa não cobre) e apostilas (feitas pela própria escola), além do material escolar necessário para o início das aulas. Isso significou um dispêndio de cerca de R$ 2.800 (dois mil e oitocentos reais). O pagamento foi dividido em uma entrada de R$ 1.000 (mil reais) e três parcelas de aproximadamente R$ 600.
7- Cabe ressaltar que a entrada de R$ 1.000 só foi possível porque a mãe economizou uma parte do décimo-terceiro salário justamente com esta finalidade. As parcelas restantes só terminam de ser pagas em abril.
8- Além destes gastos, foram comprados uniformes novos, uma vez que os antigos já não cabiam mais nas crianças. Foram gastos na loja Safile R$ 170.
9- Por falta de dinheiro, não foram feitos gastos supérfluos, como por exemplo, tênis novos ou mochilas. Todo o material do ano passado está sendo aproveitado, na medida do possível, já que a renda da família está escassa.
10- Não temos condições econômicas de arcar com os custos da mensalidade de três crianças na referida escola, cujas mensalidades estão na faixa dos R$ 400 – realidade que se repete nas demais escolas próximas a nossa residência.
11- Além disso, não há mais vagas na única escola pública próxima a nossa residência, Escola Municipal Jacyr Barbeto. Estivemos lá na segunda-feira, 16/03, e fomos informados de que só há vagas até a quarta série (nossas filhas estão na sexta série).
12- Cabe ressaltar, ainda, que nossa terceira filha, que não era bolsista, possui um desconto em sua mensalidade, em virtude do fato de ter mais duas irmãs estudando na escola. O que, certamente, não será mantido caso as outras duas venham a sair da escola.
13- A família não possui sequer um veículo, mais simples que seja, para levar as crianças para estudar em uma escola mais longe. Portanto, teria que arcar com os custos do transporte escolar (que não fica abaixo de R$ 100 por criança).
14- Mas a questão não é só financeira, infelizmente. Uma mudança de escola justamente agora, em que elas se encontram já perfeitamente integradas neste ambiente escolar – inclusive já arcando com trabalhos para nota e avaliações – representaria um grande transtorno psíquico para elas (desde sábado elas se perguntam por que seus nomes não estão na lista, enquanto o da maioria de seus colegas continua lá, uma vez que não se acham em melhores condições financeiras que nenhum deles, muito pelo contrário!)
15- Problemas financeiros podem até ser contornados. Mas problemas psíquicos, numa fase da vida em que justamente estamos formando nossa base emocional, são muito mais problemáticos e podem deixar marcas para o resto da vida.
Solicitamos resposta na maior brevidade possível, haja vista os transtornos já registrados no seio da nossa família.
Por último, soubemos informalmente que a Escola João XXIII não pretende renovar o convênio com a Prefeitura Municipal de Campos pelo valor por esta estipulado. Por entendermos que a celeuma partiu de novas regras e entendimentos unilaterais do Executivo Municipal, rogamos seja apresentada concomitantemente uma solução não só para a minha família, como para as outras centenas, deste inusitado acontecimento envolvendo crianças e adolescentes.
Propaga-se que a municipalidade conseguiu só na programação do Farol de São Tomé uma economia em torno de R$ 6 milhões, fora outras amplamente anunciadas na imprensa, tendo como base a página oficial da PMCG. Como leigos em administração e finanças, mas vítimas de uma situação involuntária em que fomos envolvidos, indagamos: não seria de bom alvitre redirecionar as economias do lazer e da diversão (sem deixar de lado o reconhecimento da importância econômica do turismo) para sanar este impasse educacional que envolve, como já dissemos, centenas de crianças e adolescentes?
Aproveito para pessoalmente, eu, pai, registrar minha agonia em não saber que critério objetivo discriminou a não continuidade das bolsas das minhas filhas, bem como saber, com total transparência, a mesma avaliação e também critério objetivo para os alunos que continuaram contemplados.
Conhecedores de vossa luta pelo desenvolvimento do ensino e da educação em nosso município, da maneira democrática e dedicada que a senhora tem demonstrado em tornar transparente os atos dessa SMEC junto à opinião pública, aguardamos, como outras centenas de pais, e Campos de uma maneira geral, resposta às nossas indagações. Ou a Faixa de Gaza é aqui?
Jorge Luís Muylaert
Fúlvia Maria D’Alessandri Muylaert
17/março/2009
respondendo ao desafio.
"Digam o que fazer com o General e seu filho. Proponham a necessidade de instaurar-se um regime liberal. Falem em uma constituinte, eleições. Para isso vai ser necessário uma grande manifestação popular para derrubar o General. Chamem Stonnes, na CIA, ele tem experiência nisto. Contatem os principais líderes da oposição de Sinandá, devem estar aqui ou em Paris. Não falem com os comunistas. Com os outros. Proponha que se organizem em um partido. Leve já a carta de princípios, etc. Na introdução digam que problemas parecidos podem acontecer em qualquer outro país do Continente ou do Mundo. Digam que os militares são incontroláveis. É só. Podem sair".
5ª da pág. 78 do "Romance" A Ressurreição do General Sanchez (1ª ed.1981/Civilização Bras.) reedição de 1997 - Cristóvam Buarque.
Comecei a leitura ontem após a derrota do Americano. Não cheguei ainda na 78.
Mas, taí.
A ciranda partiu da indicação do nosso Xacal. Visite A Trolha e entenda melhor.
Valeu, Xacal!
Em carona com este desafio, vou tentar disponibilizar 5 títulos da minha estante a cada início de mês. Quem se interessar eu deixo no local indicado e, após a leitura retorna-se o moleque livro.
Valeu..
Segue:
Luis Alberto Mussa, Di Humor, Flávia D'Ângelo e Ricardo André.
(Não conheço o rol dos que já participaram)
5ª da pág. 78 do "Romance" A Ressurreição do General Sanchez (1ª ed.1981/Civilização Bras.) reedição de 1997 - Cristóvam Buarque.
Comecei a leitura ontem após a derrota do Americano. Não cheguei ainda na 78.
Mas, taí.
A ciranda partiu da indicação do nosso Xacal. Visite A Trolha e entenda melhor.
Valeu, Xacal!
Em carona com este desafio, vou tentar disponibilizar 5 títulos da minha estante a cada início de mês. Quem se interessar eu deixo no local indicado e, após a leitura retorna-se o moleque livro.
Valeu..
Segue:
Luis Alberto Mussa, Di Humor, Flávia D'Ângelo e Ricardo André.
(Não conheço o rol dos que já participaram)
quinta-feira, 12 de março de 2009
Álvaro Lins é expulso da Polícia Civil
Redação SRZD
A Corregedoria Geral Unificada, da Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro, concluiu nesta quarta-feira (11), o Processo Administrativo Disciplinar que apurou desvios de conduta do ex-chefe de Polícia, Álvaro Lins. O Procedimento Administrativo Disciplinar foi instaurado em 14 de maio de 2007, soma dez volumes e 3649 páginas.
Nos autos estão reunidas provas técnicas da CGU, oitivas de testemunhas e provas emprestadas da investigação da Polícia Federal. O processo levou 667 dias para ser concluído, respeitando-se todos os ritos e direito de ampla defesa do acusado.
O relatório final resume assim, na ementa final, os motivos que levaram a CGU recomendar a demissão do servidor.
"Imputação de cometimento de fatos gravíssimos durante o exercício deste cargo; associação e exercício de comando de agentes de autoridade com fins ilícitos; loteamento de Delegacias; inversão hierárquica efetivada com vistas ao maior controle de determinadas delegacias e conseqüente recebimento de propinas regulares; acobertamento e proteção dos interesses de determinado contraventor penal; aumento patrimonial absolutamente incompatível com os rendimentos auferidos pelo servidor processado; conjunto probatório farto; fatos sobejamente comprovados na seara administrativa disciplinar; provas obtidas em consonância com os mandamentos regulamentares, legais e constitucionais (...) Extrema gravidade dos fatos. Repercussão nefasta à imagem institucional; ofensa aos valores legais e deontológicos que devem nortear a atividade policial;consequências negativas de difícil reparação; condutas ilícitas perpetradas com abuso e desvio de poder hierárquico conferido ao cargo que ocupava o servidor processado. Recomendação de aplicação de pena de demissão gravada com a nota do bem do serviço público(...)"
O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, comentou o trabalho da CGU.
"Foi uma decisão institucional. O importante é mostrar para a sociedade que é possível trabalhar levando em conta somente as regras, sem influência de terceiros, dando um tratamento justo. Mas faço um apelo para que o Poder Legislativo modernize as regras processuais das corregedorias. Um processo que leva 667 dias para ser concluído, por mais importante que seja, não condiz com a rapidez das mudanças que a sociedade gostaria de ver."
O processo foi oficialmente concluído na tarde de quarta-feira com a assinatura do governador Sérgio Cabral Filho. Álvaro Lins foi demitido da Polícia Civil.
A Corregedoria Geral Unificada, da Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro, concluiu nesta quarta-feira (11), o Processo Administrativo Disciplinar que apurou desvios de conduta do ex-chefe de Polícia, Álvaro Lins. O Procedimento Administrativo Disciplinar foi instaurado em 14 de maio de 2007, soma dez volumes e 3649 páginas.
Nos autos estão reunidas provas técnicas da CGU, oitivas de testemunhas e provas emprestadas da investigação da Polícia Federal. O processo levou 667 dias para ser concluído, respeitando-se todos os ritos e direito de ampla defesa do acusado.
O relatório final resume assim, na ementa final, os motivos que levaram a CGU recomendar a demissão do servidor.
"Imputação de cometimento de fatos gravíssimos durante o exercício deste cargo; associação e exercício de comando de agentes de autoridade com fins ilícitos; loteamento de Delegacias; inversão hierárquica efetivada com vistas ao maior controle de determinadas delegacias e conseqüente recebimento de propinas regulares; acobertamento e proteção dos interesses de determinado contraventor penal; aumento patrimonial absolutamente incompatível com os rendimentos auferidos pelo servidor processado; conjunto probatório farto; fatos sobejamente comprovados na seara administrativa disciplinar; provas obtidas em consonância com os mandamentos regulamentares, legais e constitucionais (...) Extrema gravidade dos fatos. Repercussão nefasta à imagem institucional; ofensa aos valores legais e deontológicos que devem nortear a atividade policial;consequências negativas de difícil reparação; condutas ilícitas perpetradas com abuso e desvio de poder hierárquico conferido ao cargo que ocupava o servidor processado. Recomendação de aplicação de pena de demissão gravada com a nota do bem do serviço público(...)"
O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, comentou o trabalho da CGU.
"Foi uma decisão institucional. O importante é mostrar para a sociedade que é possível trabalhar levando em conta somente as regras, sem influência de terceiros, dando um tratamento justo. Mas faço um apelo para que o Poder Legislativo modernize as regras processuais das corregedorias. Um processo que leva 667 dias para ser concluído, por mais importante que seja, não condiz com a rapidez das mudanças que a sociedade gostaria de ver."
O processo foi oficialmente concluído na tarde de quarta-feira com a assinatura do governador Sérgio Cabral Filho. Álvaro Lins foi demitido da Polícia Civil.
terça-feira, 10 de março de 2009
No recesso, Senado paga hora extra para 3.883 funcionários
da Folha Online
O Senado pagou pelo menos R$ 6,2 milhões em horas extras para 3.883 funcionários em janeiro, mês em que a Casa estava em recesso e quando não houve sessões, reuniões e nenhuma atividade parlamentar, informa reportagem de Adriano Ceolin e Andreza Matais, publicada nesta terça-feira pela Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).
A autorização do pagamento foi feita pelo senador Efraim Morais (DEM-PB) três dias antes de ele deixar o comando da primeira-secretaria, órgão da Mesa Diretora responsável pela gestão administrativa.
Além da hora extra, a direção da Casa concedeu reajuste de 111% no benefício. O teto subiu de R$ 1.250 para R$ 2.641,93.
Outro lado:
Presidente do Senado até janeiro, quando foi dada a ordem para o pagamento das horas extras, o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) disse que não foi consultado sobre a medida e que iria tomar satisfação do senador Efraim Morais (DEM-PB). "Eu não estava sabendo. Realmente não sei como justificar isso", afirmou.
Para o senador Tião Viana (PT-AC), primeiro vice-presidente da Casa até janeiro, o que ocorreu "é muito grave". Ele disse que irá averiguar se os funcionários do seu gabinete pessoal foram beneficiados para tomar providências.
"Isso não poderia ter ocorrido porque não houve trabalho extra em janeiro e não poderia ter havido pagamento", afirmou.
O Senado pagou pelo menos R$ 6,2 milhões em horas extras para 3.883 funcionários em janeiro, mês em que a Casa estava em recesso e quando não houve sessões, reuniões e nenhuma atividade parlamentar, informa reportagem de Adriano Ceolin e Andreza Matais, publicada nesta terça-feira pela Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).
A autorização do pagamento foi feita pelo senador Efraim Morais (DEM-PB) três dias antes de ele deixar o comando da primeira-secretaria, órgão da Mesa Diretora responsável pela gestão administrativa.
Além da hora extra, a direção da Casa concedeu reajuste de 111% no benefício. O teto subiu de R$ 1.250 para R$ 2.641,93.
Outro lado:
Presidente do Senado até janeiro, quando foi dada a ordem para o pagamento das horas extras, o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) disse que não foi consultado sobre a medida e que iria tomar satisfação do senador Efraim Morais (DEM-PB). "Eu não estava sabendo. Realmente não sei como justificar isso", afirmou.
Para o senador Tião Viana (PT-AC), primeiro vice-presidente da Casa até janeiro, o que ocorreu "é muito grave". Ele disse que irá averiguar se os funcionários do seu gabinete pessoal foram beneficiados para tomar providências.
"Isso não poderia ter ocorrido porque não houve trabalho extra em janeiro e não poderia ter havido pagamento", afirmou.
segunda-feira, 9 de março de 2009
Projeto obriga políticos a matricularem seus filhos em Escolas públicas.Senador Cristovam Buarque.
PROJETO DE LEI DO SENADO Nº , DE 2007 Determina a obrigatoriedade de os agentes públicos eleitos matricularem seus filhos e demais dependentes em escolas públicas até 2014.
O CONGRESSO NACIONAL decreta:
Art. 1º Os agentes públicos eleitos para os Poderes Executivo e Legislativo federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal são obrigados a matricular seus filhos e demais dependentes em escolas públicas de educação básica.
Art. 2º Esta Lei deverá estar em vigor em todo o Brasil até, no máximo, 1º de janeiro de 2014.
Parágrafo Único. As Câmaras de Vereadores e Assembléias Legislativas Estaduais poderão antecipar este prazo para suas unidades respectivas.
JUSTIFICAÇÃO: No Brasil, os filhos dos dirigentes políticos estudam a educação básica em escolas privadas. Isto mostra, em primeiro lugar, a má qualidade da escola pública brasileira, e, em segundo lugar, o descaso dos dirigentes para com o ensino público.
Talvez não haja maior prova do desapreço para com a educação das crianças do povo, do que ter os filhos dos dirigentes brasileiros, salvo raras exceções, estudando em escolas privadas.
Esta é uma forma de corrupção discreta da elite dirigente que, ao invés de resolver os problemas nacionais, busca proteger-se contra as tragédias do povo, criando privilégios.
Além de deixarem as escolas públicas abandonadas, ao se ampararem nas escolas privadas, as autoridades brasileiras criaram a possibilidade de se beneficiarem de descontos no Imposto de Renda para financiar os custos da educação privada de seus filhos.
Pode-se estimar que os 64.810 ocupantes de cargos eleitorais - vereadores, prefeitos e vice-prefeitos, deputados estaduais, federais, senadores e seus suplentes, governadores e vice-governadores, Presidente e Vice-Presidente da República - deduzam um valor total de mais de 150 milhões de reais nas suas respectivas declarações de imposto de renda, com o fim de financiar a escola privada de seus filhos alcançando a dedução de R$ 2.373,84 inclusive no exterior. Considerando apenas um dependente por ocupante de cargo eleitoral.
O presente Projeto de Lei permitirá que se alcance, entre outros, os seguintes objetivos:
a) ético: comprometerá o representante do povo com a escola que atende ao povo;
b) político: certamente provocará um maior interesse das autoridades para com a educação pública com a conseqüente melhoria da qualidade dessas escolas.
c) financeiro: evitará a "evasão legal" de mais de 12 milhões de reais por mês, o que aumentaria a disponibilidade de recursos fiscais à disposição do setor público, inclusive para a educação;
d) estratégica: os governantes sentirão diretamente a urgência de, em sete anos, desenvolver a qualidade da educação pública no Brasil.
Se esta proposta tivesse sido adotada no momento da Proclamação da República, como um gesto republicano, a realidade social brasileira seria hoje completamente diferente. Entretanto, a tradição de 118 anos de uma República que separa as massas e a elite, uma sem direitos e a outra com privilégios, não permite a implementação imediata desta decisão. Ficou escolhido por isto o ano de 2014, quando a República estará completando 125 anos de sua proclamação. É um prazo muito longo desde 1889, mas suficiente para que as escolas públicas brasileiras tenham a qualidade que a elite dirigente exige para a escola de seus filhos.
Seria injustificado, depois de tanto tempo, que o Brasil ainda tivesse duas educações - uma para os filhos de seus dirigentes e outra para os filhos do povo, como nos mais antigos sistemas monárquicos, onde a educação era reservada para os nobres.
Diante do exposto, solicitamos o apoio dos ilustres colegas para a aprovação deste projeto.
Sala das Sessões, Senador CRISTOVAM BUARQUE
O CONGRESSO NACIONAL decreta:
Art. 1º Os agentes públicos eleitos para os Poderes Executivo e Legislativo federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal são obrigados a matricular seus filhos e demais dependentes em escolas públicas de educação básica.
Art. 2º Esta Lei deverá estar em vigor em todo o Brasil até, no máximo, 1º de janeiro de 2014.
Parágrafo Único. As Câmaras de Vereadores e Assembléias Legislativas Estaduais poderão antecipar este prazo para suas unidades respectivas.
JUSTIFICAÇÃO: No Brasil, os filhos dos dirigentes políticos estudam a educação básica em escolas privadas. Isto mostra, em primeiro lugar, a má qualidade da escola pública brasileira, e, em segundo lugar, o descaso dos dirigentes para com o ensino público.
Talvez não haja maior prova do desapreço para com a educação das crianças do povo, do que ter os filhos dos dirigentes brasileiros, salvo raras exceções, estudando em escolas privadas.
Esta é uma forma de corrupção discreta da elite dirigente que, ao invés de resolver os problemas nacionais, busca proteger-se contra as tragédias do povo, criando privilégios.
Além de deixarem as escolas públicas abandonadas, ao se ampararem nas escolas privadas, as autoridades brasileiras criaram a possibilidade de se beneficiarem de descontos no Imposto de Renda para financiar os custos da educação privada de seus filhos.
Pode-se estimar que os 64.810 ocupantes de cargos eleitorais - vereadores, prefeitos e vice-prefeitos, deputados estaduais, federais, senadores e seus suplentes, governadores e vice-governadores, Presidente e Vice-Presidente da República - deduzam um valor total de mais de 150 milhões de reais nas suas respectivas declarações de imposto de renda, com o fim de financiar a escola privada de seus filhos alcançando a dedução de R$ 2.373,84 inclusive no exterior. Considerando apenas um dependente por ocupante de cargo eleitoral.
O presente Projeto de Lei permitirá que se alcance, entre outros, os seguintes objetivos:
a) ético: comprometerá o representante do povo com a escola que atende ao povo;
b) político: certamente provocará um maior interesse das autoridades para com a educação pública com a conseqüente melhoria da qualidade dessas escolas.
c) financeiro: evitará a "evasão legal" de mais de 12 milhões de reais por mês, o que aumentaria a disponibilidade de recursos fiscais à disposição do setor público, inclusive para a educação;
d) estratégica: os governantes sentirão diretamente a urgência de, em sete anos, desenvolver a qualidade da educação pública no Brasil.
Se esta proposta tivesse sido adotada no momento da Proclamação da República, como um gesto republicano, a realidade social brasileira seria hoje completamente diferente. Entretanto, a tradição de 118 anos de uma República que separa as massas e a elite, uma sem direitos e a outra com privilégios, não permite a implementação imediata desta decisão. Ficou escolhido por isto o ano de 2014, quando a República estará completando 125 anos de sua proclamação. É um prazo muito longo desde 1889, mas suficiente para que as escolas públicas brasileiras tenham a qualidade que a elite dirigente exige para a escola de seus filhos.
Seria injustificado, depois de tanto tempo, que o Brasil ainda tivesse duas educações - uma para os filhos de seus dirigentes e outra para os filhos do povo, como nos mais antigos sistemas monárquicos, onde a educação era reservada para os nobres.
Diante do exposto, solicitamos o apoio dos ilustres colegas para a aprovação deste projeto.
Sala das Sessões, Senador CRISTOVAM BUARQUE
sexta-feira, 6 de março de 2009
Tô
A EMUT precisa disciplinar horários e pontos específicos para carga e descarga de mercadorias. Para-se a qualquer hora e em qualquer lugar. Pequenas intervenções geram melhorias no fluxo do trânsito.
.Há décadas algumas ruas do Parque Tamandaré exalam cheiro de esgoto. Parece que nenhuma autoridade nunca teve conhecimento do fato.
.Nada mais falado do que os buracos nas vias de rodagem automotivas. Nada porém é dito das péssimas condições dos pisos das calçadas destinadas aos pedestres. Os idosos, deficientes e cadeirantes são quem mais sofre com o descaso. Um péssimo exemplo é a calçada do Palácio da Cultura, em plena Pelinca. A prefeitura poderia servir de exemplo.
.É um verdadeiro crime as podas realizadas por pessoas não especializadas. As mutilações feitas são inconcebíveis! Não bastasse a ausência de jardins na cidade.
.O grande número de tampas de bueiros (na verdade tampa de poço de visita - wikipédia) abaixo do nível do asfalto tem sido responsável por vários acidentes. Mais grave do que as quebras nos veículos são os acidentes com condutores de motos. Várias são as quedas com fraturas e lesões, quando não raro mortes. Atentem.
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.Há décadas algumas ruas do Parque Tamandaré exalam cheiro de esgoto. Parece que nenhuma autoridade nunca teve conhecimento do fato.
.Nada mais falado do que os buracos nas vias de rodagem automotivas. Nada porém é dito das péssimas condições dos pisos das calçadas destinadas aos pedestres. Os idosos, deficientes e cadeirantes são quem mais sofre com o descaso. Um péssimo exemplo é a calçada do Palácio da Cultura, em plena Pelinca. A prefeitura poderia servir de exemplo.
.É um verdadeiro crime as podas realizadas por pessoas não especializadas. As mutilações feitas são inconcebíveis! Não bastasse a ausência de jardins na cidade.
.O grande número de tampas de bueiros (na verdade tampa de poço de visita - wikipédia) abaixo do nível do asfalto tem sido responsável por vários acidentes. Mais grave do que as quebras nos veículos são os acidentes com condutores de motos. Várias são as quedas com fraturas e lesões, quando não raro mortes. Atentem.
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terça-feira, 3 de março de 2009
Justificando uma suposta desconsideração
Dr. Luis (sem acento, como percebi), perdoa o seu amigo, mas só hoje, 03 de março, pude ler esta peça litero-reflexiva em comentário a uma mera observação da situação da nossa cidade.
Fiquei bolado!
Vc quer me convencer a ser poeta e esquecer o meu entorno? Confesso, me perdi.
Mas poeta do que já me (nos) fizeram...
Juro que pensei ser uma leitura sua, num olhar próprio, sobre mim. Na medida em que tive que reeditá-la, compreendi que não. Jamais um amigo como vc vai poetizar a vida para por "entrolhos" na respiração que faz do seu dia-a-dia razão de viver. Tentando e salvando vidas infantis.
É, a gente envelhece. Perde os contatos... mas a essência não. Suponho.
Afinal, Se é administrativo, eu com isso? (para quem não sabe, uma postagem anterior) tem o que com este belo ensaio viniciano?
Ainda bem que consegui te ler em quase todos os versos. Todos lindos, de suprema inspiração.
Continue sempre sendo o "Catador de Conchinhas".
Um dia vc acha uma sereia!
Beijão, te amo
Luis Tavares disse...
Experimente poesia.
Pensar poesia.
Escrever poesia.
Folhear poesia.
Experimente cantar
Um samba bom porque contém poesia,
Uma balada,
Uma canção de ninar...
Experimente amanhecer poesia,
Adormecer poesia,
Experimente sonhar...
Experimente, ao caminhar, poesia,
Antes de ir comprar pão na padaria,
Experimente depois do jantar...
Experimente poesia no trabalho,
Poesia com pão de alho
Ou com cerveja, num bar...
Experimente, pra sua mãe, poesia,
Pra sua filha,
Pra sua esposa, experimente poesia,
Ou pra mulher que você pretende conquistar...
Experimente,
Feito um antibiótico prum doente,
Feito um perdão pra não mais pecar.
Experimente poesia simplesmente.
Você vai gostar.
Ao prescrever, experimente poesia.
Experimente ao amamentar.
Ao escrever,
Ao preencher a guia,
Experimente quando a dor chegar.
Experimente.
Pode ser a cria,
O filho que ta quase pra nascer.
Experimente.
Pode ser a cura.
A noite escura quase a clarear.
Experimente.
Pode ter o gosto
Da fruta saborosa de comer.
Experimente.
Pode ser o dia
De praia boa pra mergulhar.
Experimente tentar.
Experimente poesia ao caminhar
Ou quando a raiva passar.
Experimente quando quiser surpreender
Ou quando você quiser desabafar.
Experimente pra se proteger,
Experimente pra se controlar,
Experimente poesia..
E nem é preciso conseguir.
Basta tentar.
A simples tentativa tem um gosto
Quase impossível de se comparar.
Experimente poesia.
Contra o azar, experimente poesia,
Contra os distúrbios no lar,
Contra a insônia, contra a carestia,
Experimente contra o mal estar,
Experimente contra a tirania,
Experimente contra o regime militar,
Experimente contra a cleptocracia,
Experimente, sem se controlar...
Experimente poesia.
A poesia pode salvar
O condenado da noite fria
E o naufrago infeliz de se afogar.
A poesia pode ser a única garantia
A porta feita para escapar
Da cólera, do câncer, da agonia,
Da chuva acida, da aridez, da azia,
Dos psiquiatras, da psiquiatria,
Do mau humor e do mal estar...
E pode, a poesia, assim, salvando,
Como um tapete mágico levar
Você pra dentro de você,
Pra longe,
Pra onde você nem pode imaginar...
Experimente arriscarPerante a vida,
Na hora da morte,
Antes da prova do vestibular.
Depois da queda,
Antes da cirurgia,
Experimente na hora de se casar...
Experimente num mail pra Santa Maria
Experimente ao remar,
Experimente sob o chuveiro,
Experimente no Rio de Janeiro,
Experimente sempre que viajar...
Experimente poesia.
Experimente em boa companhia,
Experimente em plena ventania,
Experimente em pleno alto mar.
Experimente assim, dessa maneira,
A poesia como coisa inteira,
A poesia em todo lugar...
Experimente saborear poesia,
Um prato cheio,
Um tasco,
Uma fatia,
Experimente...
Eu te garanto:Você não vai conseguir parar
De experimentar...
27 de Fevereiro de 2009 10:32
Fiquei bolado!
Vc quer me convencer a ser poeta e esquecer o meu entorno? Confesso, me perdi.
Mas poeta do que já me (nos) fizeram...
Juro que pensei ser uma leitura sua, num olhar próprio, sobre mim. Na medida em que tive que reeditá-la, compreendi que não. Jamais um amigo como vc vai poetizar a vida para por "entrolhos" na respiração que faz do seu dia-a-dia razão de viver. Tentando e salvando vidas infantis.
É, a gente envelhece. Perde os contatos... mas a essência não. Suponho.
Afinal, Se é administrativo, eu com isso? (para quem não sabe, uma postagem anterior) tem o que com este belo ensaio viniciano?
Ainda bem que consegui te ler em quase todos os versos. Todos lindos, de suprema inspiração.
Continue sempre sendo o "Catador de Conchinhas".
Um dia vc acha uma sereia!
Beijão, te amo
Luis Tavares disse...
Experimente poesia.
Pensar poesia.
Escrever poesia.
Folhear poesia.
Experimente cantar
Um samba bom porque contém poesia,
Uma balada,
Uma canção de ninar...
Experimente amanhecer poesia,
Adormecer poesia,
Experimente sonhar...
Experimente, ao caminhar, poesia,
Antes de ir comprar pão na padaria,
Experimente depois do jantar...
Experimente poesia no trabalho,
Poesia com pão de alho
Ou com cerveja, num bar...
Experimente, pra sua mãe, poesia,
Pra sua filha,
Pra sua esposa, experimente poesia,
Ou pra mulher que você pretende conquistar...
Experimente,
Feito um antibiótico prum doente,
Feito um perdão pra não mais pecar.
Experimente poesia simplesmente.
Você vai gostar.
Ao prescrever, experimente poesia.
Experimente ao amamentar.
Ao escrever,
Ao preencher a guia,
Experimente quando a dor chegar.
Experimente.
Pode ser a cria,
O filho que ta quase pra nascer.
Experimente.
Pode ser a cura.
A noite escura quase a clarear.
Experimente.
Pode ter o gosto
Da fruta saborosa de comer.
Experimente.
Pode ser o dia
De praia boa pra mergulhar.
Experimente tentar.
Experimente poesia ao caminhar
Ou quando a raiva passar.
Experimente quando quiser surpreender
Ou quando você quiser desabafar.
Experimente pra se proteger,
Experimente pra se controlar,
Experimente poesia..
E nem é preciso conseguir.
Basta tentar.
A simples tentativa tem um gosto
Quase impossível de se comparar.
Experimente poesia.
Contra o azar, experimente poesia,
Contra os distúrbios no lar,
Contra a insônia, contra a carestia,
Experimente contra o mal estar,
Experimente contra a tirania,
Experimente contra o regime militar,
Experimente contra a cleptocracia,
Experimente, sem se controlar...
Experimente poesia.
A poesia pode salvar
O condenado da noite fria
E o naufrago infeliz de se afogar.
A poesia pode ser a única garantia
A porta feita para escapar
Da cólera, do câncer, da agonia,
Da chuva acida, da aridez, da azia,
Dos psiquiatras, da psiquiatria,
Do mau humor e do mal estar...
E pode, a poesia, assim, salvando,
Como um tapete mágico levar
Você pra dentro de você,
Pra longe,
Pra onde você nem pode imaginar...
Experimente arriscarPerante a vida,
Na hora da morte,
Antes da prova do vestibular.
Depois da queda,
Antes da cirurgia,
Experimente na hora de se casar...
Experimente num mail pra Santa Maria
Experimente ao remar,
Experimente sob o chuveiro,
Experimente no Rio de Janeiro,
Experimente sempre que viajar...
Experimente poesia.
Experimente em boa companhia,
Experimente em plena ventania,
Experimente em pleno alto mar.
Experimente assim, dessa maneira,
A poesia como coisa inteira,
A poesia em todo lugar...
Experimente saborear poesia,
Um prato cheio,
Um tasco,
Uma fatia,
Experimente...
Eu te garanto:Você não vai conseguir parar
De experimentar...
27 de Fevereiro de 2009 10:32
segunda-feira, 2 de março de 2009
Falado Portal
Não sejamos ingênuos acerca do Portal da Transparência. Estamos parecendo crianças às quais foram oferecidas balas bem açucaradas para cumprir esta ou aquela tarefa que não queríamos e estamos cobrando do além. Ou mesmo nos fazendo (e não eles) de bobo.É lógico que jamais as informações serão pormenorizadas.
E o pior: se forem, em nada impedirão práticas condenáveis na relação poder/fornecedor.
A Cartilha O Combate à Corrupção nas Prefeituras do Brasil, (Instituto Ethos de Empresas e responsabilidade Social, Amigos Associados de Ribeirão Bonito e Transparência Brasil – Ateliê Editorial/ 2004), no que se refere ao "Compromisso de Candidatos", sugere que, em compromisso público, eles assumam, entre outros:
“Adotar transparência total na administração, fornecendo prontamente todas as informações requeridas pelo cidadão, organizações não governamentais e Ministério Público.
"Fornecer mensalmente a lista de todos os pagamentos feitos, individualmente, pelos órgãos da prefeitura, incluindo verbas de saúde, FUNDEF, mesmo que a origem da verba tenha vinculações com a administração estadual ou federal, com valores, nome dos beneficiários, CNPJ, ou CPF, e a título de quê foi feito o pagamento.
"Não favorecer parentes, amigos e apaniguados em aquisições e licitações de qualquer órgão da prefeitura.
"Permitir a qualquer momento a realização de auditorias solicitadas pelo Ministério Público, Câmara de Vereadores e entidades representativas da sociedade para verificação de contas e documentos".
Estes são tópicos, entre tantos, que pincei de um modelo de documento no qual o candidato se compromete publicamente a certas ações para coibir a corrupção. O que não muda em nada a essência deste ou daquele candidato.
No ditado antigo, “o papel a tudo aceita”. E tudo é posto de acordo com as conveniências. Ora, a prestação de contas de contratação de serviços ou aquisição de produtos não está em bater (zerar) itens ou tabelas. Está no cumprimento da proposta firmada.
É muito mais importante o acompanhamento sistemático das obras, prestação de serviços, etc, etc...A sociedade civil pode cumprir este papel. Basta, através da boa vontade da prefeita, já demonstrada, acordar ações de inspeção aleatórias a este ou aquele investimento público. A feitura de medições quantitativas e qualitativas (aí mora o perigo).
O que está disponível é uma brincadeira. E vai continuar sendo. Sugiro aos nossos amigos pauteiros dos nossos veículos que imprimam o “portal” e promovam uma enquete nas ruas para que se tenha noção do entendimento popular àquelas “coisas” de escamoteagem, digo, contabilidade.As promessas serão cumpridas de acordo com a conveniência. Querendo ou não, aí está o portal.
Querendo ou não a cidade vai ser contemplada com um sambódromo, que aqui querem apelidar de outro nome para sofisticar ou dar pluralidade.
Sejamos honestos. Adia-se o carnaval pelo estado calamitoso de parte dos nossos concidadãos e se anuncia a construção de um sambódromo?!? Isto é prioridade emergencial? Não deveríamos primeiro abastecer a geladeira pra depois pensar em comprar um carro? Campos já tem seus problemas básicos resolvidos para partir para tal investimento? É circo.É behaviorismo puro!!!!!!!!!Lógica pura.
Vamos juntar o útil ao agradável, esperam há anos este negócio (o sambódromo) e é construção civil. O mesmo se dá, ainda bem, com as casas populares.
As ações de pequeno porte certamente terão facilmente toda a decomposição.
O melhor é fingir que o portal está lindo e maravilhosamente cumprindo o seu papel além das expectativas.
Afinal, não tem virgem no salão de festa.
E o pior: se forem, em nada impedirão práticas condenáveis na relação poder/fornecedor.
A Cartilha O Combate à Corrupção nas Prefeituras do Brasil, (Instituto Ethos de Empresas e responsabilidade Social, Amigos Associados de Ribeirão Bonito e Transparência Brasil – Ateliê Editorial/ 2004), no que se refere ao "Compromisso de Candidatos", sugere que, em compromisso público, eles assumam, entre outros:
“Adotar transparência total na administração, fornecendo prontamente todas as informações requeridas pelo cidadão, organizações não governamentais e Ministério Público.
"Fornecer mensalmente a lista de todos os pagamentos feitos, individualmente, pelos órgãos da prefeitura, incluindo verbas de saúde, FUNDEF, mesmo que a origem da verba tenha vinculações com a administração estadual ou federal, com valores, nome dos beneficiários, CNPJ, ou CPF, e a título de quê foi feito o pagamento.
"Não favorecer parentes, amigos e apaniguados em aquisições e licitações de qualquer órgão da prefeitura.
"Permitir a qualquer momento a realização de auditorias solicitadas pelo Ministério Público, Câmara de Vereadores e entidades representativas da sociedade para verificação de contas e documentos".
Estes são tópicos, entre tantos, que pincei de um modelo de documento no qual o candidato se compromete publicamente a certas ações para coibir a corrupção. O que não muda em nada a essência deste ou daquele candidato.
No ditado antigo, “o papel a tudo aceita”. E tudo é posto de acordo com as conveniências. Ora, a prestação de contas de contratação de serviços ou aquisição de produtos não está em bater (zerar) itens ou tabelas. Está no cumprimento da proposta firmada.
É muito mais importante o acompanhamento sistemático das obras, prestação de serviços, etc, etc...A sociedade civil pode cumprir este papel. Basta, através da boa vontade da prefeita, já demonstrada, acordar ações de inspeção aleatórias a este ou aquele investimento público. A feitura de medições quantitativas e qualitativas (aí mora o perigo).
O que está disponível é uma brincadeira. E vai continuar sendo. Sugiro aos nossos amigos pauteiros dos nossos veículos que imprimam o “portal” e promovam uma enquete nas ruas para que se tenha noção do entendimento popular àquelas “coisas” de escamoteagem, digo, contabilidade.As promessas serão cumpridas de acordo com a conveniência. Querendo ou não, aí está o portal.
Querendo ou não a cidade vai ser contemplada com um sambódromo, que aqui querem apelidar de outro nome para sofisticar ou dar pluralidade.
Sejamos honestos. Adia-se o carnaval pelo estado calamitoso de parte dos nossos concidadãos e se anuncia a construção de um sambódromo?!? Isto é prioridade emergencial? Não deveríamos primeiro abastecer a geladeira pra depois pensar em comprar um carro? Campos já tem seus problemas básicos resolvidos para partir para tal investimento? É circo.É behaviorismo puro!!!!!!!!!Lógica pura.
Vamos juntar o útil ao agradável, esperam há anos este negócio (o sambódromo) e é construção civil. O mesmo se dá, ainda bem, com as casas populares.
As ações de pequeno porte certamente terão facilmente toda a decomposição.
O melhor é fingir que o portal está lindo e maravilhosamente cumprindo o seu papel além das expectativas.
Afinal, não tem virgem no salão de festa.
Dica: Rádio é fonte para a própria ASCOM/PMCG?
O nosso grande e talentoso amigo Mauro Silva, atual secretário de comunicação, deveria orientar nossos colegas escribas que não fica bem para a assessoria da prefeitura se pautar em escuta de rádio.
Fica parecendo que o programa radiofônico tem mais informação do que o próprio órgão que tem unicamente a função de dar publicidade aos atos e fatos do governo. O que não é verdade.
Pode-se até ouvir, o que não pode é estampar na matéria.
Afinal quem abastece a mídia é a ASCOM e não o programa A ou B que informa novidades num governo. Ou não???
Leiam texto assinado pela Liliane Barreto, no site oficial:
A passagem a R$ 1 vai trazer um ganho social e a melhoria da frota dos ônibus do município, que há muitos anos, não é renovada. A prefeita Rosinha Garotinho adiantou que os empresários do setor devem se preparar tanto para colocar novos ônibus como para ampliar o número de veículos urbanos, regularizando os horários das linhas. Ela confirmou que o objetivo é implementar esta meta de governo a partir de 1º de maio, Dia do Trabalhador. A informação foi dada neste sábado (28), durante participação da prefeita em um programa de rádio.A passagem a R$ 1 vai trazer um ganho social e a melhoria da frota dos ônibus do município, que há muitos anos, não é renovada. A prefeita Rosinha Garotinho adiantou que os empresários do setor devem se preparar tanto para colocar novos ônibus como para ampliar o número de veículos urbanos, regularizando os horários das linhas. Ela confirmou que o objetivo é implementar esta meta de governo a partir de 1º de maio, Dia do Trabalhador. A informação foi dada neste sábado (28), durante participação da prefeita em um programa de rádio.
Fica parecendo que o programa radiofônico tem mais informação do que o próprio órgão que tem unicamente a função de dar publicidade aos atos e fatos do governo. O que não é verdade.
Pode-se até ouvir, o que não pode é estampar na matéria.
Afinal quem abastece a mídia é a ASCOM e não o programa A ou B que informa novidades num governo. Ou não???
Leiam texto assinado pela Liliane Barreto, no site oficial:
A passagem a R$ 1 vai trazer um ganho social e a melhoria da frota dos ônibus do município, que há muitos anos, não é renovada. A prefeita Rosinha Garotinho adiantou que os empresários do setor devem se preparar tanto para colocar novos ônibus como para ampliar o número de veículos urbanos, regularizando os horários das linhas. Ela confirmou que o objetivo é implementar esta meta de governo a partir de 1º de maio, Dia do Trabalhador. A informação foi dada neste sábado (28), durante participação da prefeita em um programa de rádio.A passagem a R$ 1 vai trazer um ganho social e a melhoria da frota dos ônibus do município, que há muitos anos, não é renovada. A prefeita Rosinha Garotinho adiantou que os empresários do setor devem se preparar tanto para colocar novos ônibus como para ampliar o número de veículos urbanos, regularizando os horários das linhas. Ela confirmou que o objetivo é implementar esta meta de governo a partir de 1º de maio, Dia do Trabalhador. A informação foi dada neste sábado (28), durante participação da prefeita em um programa de rádio.
Luis Tavares Falou e Disse num comentário que merece o pódio!
disse...
Por isso é que eu
Não uso dicionário...
Meu dicionário é meu coração.
Não há palavra que ele desconheça,
Não há nenhuma
Que cause confusão.
E não importa a língua
Ingles,
Nagô,
Castelhano,
Francês,
Turco,
Alemão...
O coração conhece,
Entende,
Fala,
Responde,
Escreve
E diz
Com perfeição...
Por isso é que eu não uso
Dicionário.
Meu dicionário
Não cabe
Na minha mão...
Prossegue além da letra,
Da palavra,
Do significado
E da razão...
E não tem regras,
Nem páginas,
Nem índice,
Nem letras,
Nem pecado,
Nem perdão...
Eu não preciso de dicionários,
Turvos...
Meu dicionário
É meu coração...
2 de Março de 2009 02:05
2 de Março de 2009 02:05
Por isso é que eu
Não uso dicionário...
Meu dicionário é meu coração.
Não há palavra que ele desconheça,
Não há nenhuma
Que cause confusão.
E não importa a língua
Ingles,
Nagô,
Castelhano,
Francês,
Turco,
Alemão...
O coração conhece,
Entende,
Fala,
Responde,
Escreve
E diz
Com perfeição...
Por isso é que eu não uso
Dicionário.
Meu dicionário
Não cabe
Na minha mão...
Prossegue além da letra,
Da palavra,
Do significado
E da razão...
E não tem regras,
Nem páginas,
Nem índice,
Nem letras,
Nem pecado,
Nem perdão...
Eu não preciso de dicionários,
Turvos...
Meu dicionário
É meu coração...
2 de Março de 2009 02:05
2 de Março de 2009 02:05
Antenado
Embora em ares outros, o http://www.dihumor.blogspot.com/ está sempre atualizado.Abração pro Aloisio Di Donato, onde estiver...
domingo, 1 de março de 2009
Não ocupa espaço...
Risco de vida ou risco de morte?
Um educado leitor escreve para estranhar que esta página utilize a expressão risco de vida, alegando que um professor de renome já corrigiu este equívoco de uma vez por todas: "É risco de morte, pois só pode correr risco de vida um morto que está em condições de ressuscitar". Sinto dizer-te, meu polido leitor, mas não é bem assim que funciona. A experiência me ensinou a suspeitar, de antemão, de tais "descobertas" adventícias, feitas por essas autoridades que aparecem para me anunciar, com aquele olhar esgazeado do homem que viu a bomba, que eu estive cego e surdo todo esse tempo. Talvez não saibas, mas o Brasil assiste agora a uma nova safra desses Antônios Conselheiros da gramática: volta e meia, aparece um maluco disposto a reinventar a roda e a encontrar "erros" no Português que já era falado pela avó da minha bisavó e pelos demais antepassados - incultos, cultos ou cultíssimos. O que esses fanáticos não sabem (até porque, em sua grande maioria, pouco estudo têm de Lingüística e de Gramática) é que, mesmo que a forma que eles defendem seja aceitável, a outra, que eles condenam, já existia muito antes do dia em que eles próprios vieram a este mundo para nos incomodar.
Os falantes do Português sempre interpretaram esta expressão como a forma elíptica de "risco de perder a vida". Ao longo dos séculos, todos os que a empregaram e todos os que a ouviram sabiam exatamente do que se tratava: pôr a vida em risco, arriscar a vida. Assim aparece na Corte na Aldeia, de Francisco Rodrigues Lobo; nas Décadas, de João de Barros; em Machado ("Salvar uma criança com risco da própria vida..." - Quincas Borba); em Joaquim Nabuco; em Alencar; em Coelho Neto; em Camilo Castelo Branco e Eça de Queirós; na Bíblia, traduzida por João Ferreira de Almeida no séc. 17 ("Ainda que cometesse mentira a risco da minha vida, nem por isso coisa nenhuma se esconderia ao rei" - II Samuel 18:13); e assim por diante. Além disso, nossas leis falam em "gratificação por risco de vida", o Código de Ética Médico fala de "iminente risco de vida" e o dicionário do Houaiss, no verbete "risco", exemplifica com risco de vida. E agora, meu caro leitor? Achas mesmo que o teu renomado professor, se pudesse entrar em contato com o espírito de Machado ou de Eça, teria a coragem de dizer-lhes nas barbas que eles tinham errado durante toda a sua vida literária - e que ele estava só esperando a oportunidade para dizer o mesmo para Camilo Castelo Branco, Joaquim Nabuco e outros escritores que não tinham tido a sorte de estudar na mesma gramática em que ele estudou?
Nota, porém, que a defesa que faço do risco de vida não implica a condenação do risco de morte, que também tem seus adeptos - entre eles, o padre Manuel Bernardes e o mesmo Camilo Castelo Branco, que, nesta questão, acendia uma vela ao santo e outra ao diabo. Na maioria das vezes, seu emprego parece obedecer a um critério sutilmente diferente, pois esta forma vem freqüentemente adjetivada (risco de morte súbita, de morte precoce, de morte indigna) ou sugere uma estrutura verbal subjacente (risco de morte por afogamento, de morte por parada respiratória, de morte no 1º ano de vida, etc.) - ficando evidente a impossibilidade de optar por risco de vida nessas duas situações. Como se vê, somos obrigados a reconhecer que também é moeda boa, de livre curso no país, a única a ser usada em determinadas construções - mas não é um substituto obrigatório do consagradíssimo risco de vida. Aliás, a disputa entre as duas formas não é privilégio nosso, pois ocorre também no Inglês (risk of life, risk of death), no Espanhol (riesgo de vida, riesgo de muerte) e no Francês (risque de vie, risque de mort).
O equívoco da renomada (famigerada?) autoridade que mencionas, prezado leitor, foi acreditar ingenuamente que a nossa língua existe para expressar nosso pensamento, devendo, portanto, obedecer aos critérios da lógica - teoria que andou muito em voga lá pelo final do séc. 18 e que foi abandonada junto com a tabaqueira de rapé e o chapéu de três bicos. Por este raciocínio, se enterro um prego na madeira e enfio a linha na agulha, não poderia enterrar o chapéu na cabeça e enfiar o sapato no pé (e sim a cabeça no chapéu e o pé no sapato...); um líquido ótimo para baratas deveria deixá-las alegres e robustas, e não matá-las. A língua não pode estar submetida à lógica porque é incomensuravelmente maior do que ela, já que lhe cabe também exprimir as emoções, as fantasias, as incertezas e as ambigüidades que recheiam o animal humano. O Português atual, portanto, é o produto dessa riquíssima mistura, sedimentada ao longo de séculos de uso e aprovada por esse plebiscito gigantesco de novecentos anos, que deve ser ouvido com respeito e não pode ser alterado por deduções arrogantes e superficiais.
Fonte: Sua Língua, Pergunte ao Doutor, Cláudio Moreno.
Um educado leitor escreve para estranhar que esta página utilize a expressão risco de vida, alegando que um professor de renome já corrigiu este equívoco de uma vez por todas: "É risco de morte, pois só pode correr risco de vida um morto que está em condições de ressuscitar". Sinto dizer-te, meu polido leitor, mas não é bem assim que funciona. A experiência me ensinou a suspeitar, de antemão, de tais "descobertas" adventícias, feitas por essas autoridades que aparecem para me anunciar, com aquele olhar esgazeado do homem que viu a bomba, que eu estive cego e surdo todo esse tempo. Talvez não saibas, mas o Brasil assiste agora a uma nova safra desses Antônios Conselheiros da gramática: volta e meia, aparece um maluco disposto a reinventar a roda e a encontrar "erros" no Português que já era falado pela avó da minha bisavó e pelos demais antepassados - incultos, cultos ou cultíssimos. O que esses fanáticos não sabem (até porque, em sua grande maioria, pouco estudo têm de Lingüística e de Gramática) é que, mesmo que a forma que eles defendem seja aceitável, a outra, que eles condenam, já existia muito antes do dia em que eles próprios vieram a este mundo para nos incomodar.
Os falantes do Português sempre interpretaram esta expressão como a forma elíptica de "risco de perder a vida". Ao longo dos séculos, todos os que a empregaram e todos os que a ouviram sabiam exatamente do que se tratava: pôr a vida em risco, arriscar a vida. Assim aparece na Corte na Aldeia, de Francisco Rodrigues Lobo; nas Décadas, de João de Barros; em Machado ("Salvar uma criança com risco da própria vida..." - Quincas Borba); em Joaquim Nabuco; em Alencar; em Coelho Neto; em Camilo Castelo Branco e Eça de Queirós; na Bíblia, traduzida por João Ferreira de Almeida no séc. 17 ("Ainda que cometesse mentira a risco da minha vida, nem por isso coisa nenhuma se esconderia ao rei" - II Samuel 18:13); e assim por diante. Além disso, nossas leis falam em "gratificação por risco de vida", o Código de Ética Médico fala de "iminente risco de vida" e o dicionário do Houaiss, no verbete "risco", exemplifica com risco de vida. E agora, meu caro leitor? Achas mesmo que o teu renomado professor, se pudesse entrar em contato com o espírito de Machado ou de Eça, teria a coragem de dizer-lhes nas barbas que eles tinham errado durante toda a sua vida literária - e que ele estava só esperando a oportunidade para dizer o mesmo para Camilo Castelo Branco, Joaquim Nabuco e outros escritores que não tinham tido a sorte de estudar na mesma gramática em que ele estudou?
Nota, porém, que a defesa que faço do risco de vida não implica a condenação do risco de morte, que também tem seus adeptos - entre eles, o padre Manuel Bernardes e o mesmo Camilo Castelo Branco, que, nesta questão, acendia uma vela ao santo e outra ao diabo. Na maioria das vezes, seu emprego parece obedecer a um critério sutilmente diferente, pois esta forma vem freqüentemente adjetivada (risco de morte súbita, de morte precoce, de morte indigna) ou sugere uma estrutura verbal subjacente (risco de morte por afogamento, de morte por parada respiratória, de morte no 1º ano de vida, etc.) - ficando evidente a impossibilidade de optar por risco de vida nessas duas situações. Como se vê, somos obrigados a reconhecer que também é moeda boa, de livre curso no país, a única a ser usada em determinadas construções - mas não é um substituto obrigatório do consagradíssimo risco de vida. Aliás, a disputa entre as duas formas não é privilégio nosso, pois ocorre também no Inglês (risk of life, risk of death), no Espanhol (riesgo de vida, riesgo de muerte) e no Francês (risque de vie, risque de mort).
O equívoco da renomada (famigerada?) autoridade que mencionas, prezado leitor, foi acreditar ingenuamente que a nossa língua existe para expressar nosso pensamento, devendo, portanto, obedecer aos critérios da lógica - teoria que andou muito em voga lá pelo final do séc. 18 e que foi abandonada junto com a tabaqueira de rapé e o chapéu de três bicos. Por este raciocínio, se enterro um prego na madeira e enfio a linha na agulha, não poderia enterrar o chapéu na cabeça e enfiar o sapato no pé (e sim a cabeça no chapéu e o pé no sapato...); um líquido ótimo para baratas deveria deixá-las alegres e robustas, e não matá-las. A língua não pode estar submetida à lógica porque é incomensuravelmente maior do que ela, já que lhe cabe também exprimir as emoções, as fantasias, as incertezas e as ambigüidades que recheiam o animal humano. O Português atual, portanto, é o produto dessa riquíssima mistura, sedimentada ao longo de séculos de uso e aprovada por esse plebiscito gigantesco de novecentos anos, que deve ser ouvido com respeito e não pode ser alterado por deduções arrogantes e superficiais.
Fonte: Sua Língua, Pergunte ao Doutor, Cláudio Moreno.
arte de minha obra
Arte de minha obra
Coloração de minha pincelada
Rima dos versos meus
Dimensão do meu entalhar
Projeção do filme que sonho
Na tela que não tenho tempo para construir
Força que me faz ator nesta vida
Edificação faltosa de cálculos matemáticos
Ponto de fuga que não me deixa esquecer que estou vivo
Lembrança que invade o meu caminhar
Cheiro de mata que ressuscita a alma
Flagrância de frases musicais
Que esqueci de me lembrar
Sonho-te (nos) artes das artes
Numa viagem de vida
Que talvez só no silêncio da morte
Acontecerá.
Joca Muylaert
24/12/2007
Coloração de minha pincelada
Rima dos versos meus
Dimensão do meu entalhar
Projeção do filme que sonho
Na tela que não tenho tempo para construir
Força que me faz ator nesta vida
Edificação faltosa de cálculos matemáticos
Ponto de fuga que não me deixa esquecer que estou vivo
Lembrança que invade o meu caminhar
Cheiro de mata que ressuscita a alma
Flagrância de frases musicais
Que esqueci de me lembrar
Sonho-te (nos) artes das artes
Numa viagem de vida
Que talvez só no silêncio da morte
Acontecerá.
Joca Muylaert
24/12/2007
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